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Campanhas para a eleição à Prefeitura de SP em 2024 já começaram; veja como estão os principais pré-candidatos da capital paulista

Montagem traz cinco fotos, uma ao lado do outro, de parte dos rostos dos pré-candidatos à Prefeitura - Metrópoles

São Paulo – A um ano das eleições municipais, a capital paulista tem cinco pré-candidatos à Prefeitura que se destacam nas pesquisas e já articulam suas campanhas mirando 2024. Com excessão do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), todos exercem hoje mandato de deputado federal.

Mesmo com tanto tempo até o registro oficial das chapas no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-SP), praticamente todos os principais partidos políticos já tomaram posição ou deram indícios sobre quem pretendem apoiar na disputa da maior cidade do país.

Com o controle da máquina pública, o caixa da Prefeitura cheio e um histórico de alianças com a centro-direita, o prefeito Ricardo Nunes, que tentará a reeleição no ano que vem, é o pré-candidato que mais obteve sinalizações de apoio político até o momento.

Mas é o deputado federal Guilherme Boulos (PSol), que foi para o segundo turno das últimas eleições, em 2020, quem tem liderado todas as pesquisas de intenção de voto.

Segundo o último levantamento do instituto Paraná Pesquisas, Boulos tem 35,1%, tecnicamente empatado com Nunes, com marca 29%. Em terceiro lugar aparece a deputada federal Tabata Amaral (PSB), com 7,5%, seguida pelo colega de Câmara Kim Kataguiri (União), com 5,3%.

Pouco após a divulgação da pesquisa, o ex-ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles (PL) anunciou seu retorno à disputa — ele havia desistido em junho, por falta de apoio das lideranças bolsonaristas e após brigar com o comando do seu partido.

Confira, abaixo, como estão cada um dos pré-candidatos em São Paulo a um ano da eleição.

Guilherme Boulos

Líder em todas as pesquisas até o momento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSol) tem como grande trunfo o apoio oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, que vai indicar o vice na chapa. Ele também já conta com os apoios de PCdoB, PV e Rede.

Além de mais tempo de TV na propaganda eleitoral e de dinheiro do fundo especial de campanha, a aliança deve garantir a Boulos o engajamento do presidente Lula em sua candidatura, já que, pela primeira vez em sua história, o PT não terá candidato próprio na capital paulista.

Em setembro, Boulos deu o pontapé inicial na pré-campanha realizando encontros semanais com eleitores nos bairros mais pobres da cidade e buscando diálogo com setores do empresariado. Ele também já dividiu a coordenação da campanha entre seu chefe de gabinete na Câmara, Josué Rocha, ex-coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), e o presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro.

Apesar do apoio formal do PT, Boulos ainda vê parte da bancada petista na cidade refratária à aliança. O grupo liderado pelo clã Tatto, que tem representantes nas câmaras Municipal e Federal e na Assembleia Legislativa, defendia uma candidatura própria do PT e não deve se engajar na campanha do psolista.

Outro desafio eleitoral a Boulos é se desvencilhar do rótulo de “radical” explorado pelos adversários para tentar atrair mais eleitores de centro. Por causa do histórico como líder de ocupações de sem teto e do alinhamento ideológico à esquerda, o deputado do PSol tem sido alvo frequente de ataques dos rivais, como Nunes, Salles e Kataguiri.

No início do mês, por exemplo, Nunes aproveitou o apoio de Boulos à greve que paralisou as linhas de trem e metrô para tachá-lo de “radical da extrema esquerda” e o PSol como “partido do caos”.

Algumas críticas já surtiram efeito prático. Na semana passada, por exemplo, Boulos se viu obrigado a rever a posição considerada mais “neutra” na guerra em Israel e condenar o grupo Hamas pelos ataques que mataram civis, após perder o apoio do médico Jean Gorinchteyn, que foi secretário da Saúde no governo do PSDB.

Ricardo Nunes

Desde o fim das eleições de 2022, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem negociado alianças com dirigentes dos principais partidos do centro e da direita para sua reeleição. O apoio mais certo até aqui é do Republicanos, partido do governador Tarcísio de Freitas, que está determinado a reeleger o emedebista.

Nunes também deverá contar com PSD, PP, Podemos, Cidadania, PTB e PSC em sua coligação, mas ainda precisa desatar uma série de nós para fechar aliança como os três principais partidos do seu campo político: o PSDB, do ex-prefeito Bruno Covas (morto em 2021), de quem Nunes era vice, o PL, de Jair Bolsonaro, e o União Brasil, do presidente da Câmara Municipal, Milton Leite.

As três legendas têm espaço na gestão Nunes na capital, dão sinais de apoio em troca da vaga de vice na chapa, mas também cultivam planos de lançar candidato próprio, o que seria um grande revés para o prefeito. O União e o PL já pressionam com as pré-candidaturas dos deputados Kim Kataguiri e Ricardo Salles, respectivamente.

O principal objetivo de Nunes é evitar que os bolsonaristas lancem um candidato a prefeito em 2024, o que poderia tirá-lo do segundo turno, segundo aliados. Por isso, ele tem buscado o apoio de Jair Bolsonaro, mas não quer ficar vinculado ao bolsonarismo, por causa do alto índice de rejeição ao ex-presidente na capital. Essa novela só terá desfecho no ano que vem.

Na parte administrativa, Nunes aproveita a boa situação financeira da Prefeitura para tocar uma série de obras simultâneas, com destaque para o recapeamento de ruas. Os trabalhos, porém, ocorrem sob indícios de irregularidades, segundo o Tribunal de Contas do Município (TCM). Ao todo, o prefeito pretende investir R$ 14,9 bilhões no ano eleitoral, o maior nível da história na cidade.

A antecipação da campanha também tem ajudado Nunes a “se apresentar” ao eleitor paulistano, uma vez que ele é pouco conhecido do eleitorado — dos cinco pré-candidatos, o emedebista é o que tem menos seguidores nas redes sociais. O prefeito intensificou as agendas e as postagens e faz reuniões semanais com a equipe de pré-campanha para avaliar sua imagem e definir estratégias. A exposição, por outro lado, o torna também alvo cada vez mais frequente de ataques dos adversários.

Tabata Amaral

A deputada Tabata Amaral (PSB) é considerada um nome competitivo na disputa pela Prefeitura no ano que vem por aliados tanto de Boulos quanto de Nunes e vem obtendo destaque nas redes sociais.

Até agora, porém, Tabata não construiu um arco de alianças que lhe garanta mais espaço no horário eleitoral. A conversa mais promissora é com o PDT. Seu partido já deu sinais de que não terá recursos suficientes para investir em sua campanha e há dúvidas se o nome mais forte da legenda no momento, o vice-presidente Geraldo Alckmin, se empenhará em uma campanha de Tabata contra Boulos, nome apoiado por Lula.

Kim Kataguiri

A candidatura do deputado federal Kim Kataguiri (União) é um projeto de seu grupo político, o Movimento Brasil Livre (MBL), e não do diretório paulistano de seu partido.

Na capital, o União é comandado pelo presidente da Câmara Municipal, Milton Leite, que controla setores relevantes da Prefeitura na gestão Nunes, como os Transportes, e diz a aliados que não há chance de o partido embarcar em qualquer projeto que não seja a reeleição do atual prefeito.

O deputado, porém, tem apoio de dirigentes nacionais da legenda, como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, que tentam enfraquecer o domínio de Leite sobre a legenda na cidade.

Ricardo Salles

O deputado Ricardo Salles (PL), que foi ministro do Meio Ambiente no governo Bolsonaro, busca os votos do eleitor bolsonarista da cidade para desbancar Nunes no primeiro turno e disputar o segundo turno contra Boulos, com quem já rivaliza na Câmara dos Deputados.

Salles se apresentou como pré-candidato a prefeito no começo do ano, mas desistiu em junho, desgastado dentro do partido. Com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, defendendo uma aliança com Nunes e o próprio Bolsonaro mantendo conversas com o atual prefeito, o deputado se viu isolado no projeto.

As negociações entre Nunes e Bolsonaro, porém, esfriaram diante de negativas do prefeito em abraçar o bolsonarismo — adotando algumas bandeiras ideológicas do ex-presidente e dando a a vaga de vice ao grupo. Por isso, como antecipou o MetrópolesSalles voltou a articular sua campanha a prefeito, dizendo contar, inclusive, com o aval de Bolsonaro.

Com informações do Metrópoles

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