Candidato a prefeito de São Paulo conhecido na televisão por um quadro que tratava dos direitos do consumidor, Celso Russomanno não pagou aluguel de um imóvel em Brasília, não cumpriu acordos e agora alega que a assinatura do contrato não é dele
Conhecido por seu quadro “Patrulha do Consumidor”, na Record, o deputado federal e candidato a prefeito de São Paulo Celso Russomanno construiu a sua imagem pública como o defensor do consumidor e das leis. Mas de acordo com a Justiça, ele não pagou aluguel de um imóvel em Brasília onde funcionava o Bar do Alemão, do qual é sócio, desde a inauguração do espaço, em 2013.PUBLICIDADE
Em 2016, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal ordenou o despejo do espaço de luxo às margens do Lago Paranoá. Passados quatro anos, Russomanno e seus sócios foram condenados a pagar a dívida. O processo está em fase de execução e o calote já é de R$ 7.232.023,02.
Segundo o advogado da Construcen Administração e Incorporação, dona do imóvel, André da Mata, o uso da palavra “calote” não é força de expressão, já que vários acordos foram fechados para serem descumpridos em seguida. Ele afirma que após a condenação, se reuniu com Russomanno pelo menos quatro vezes para fechar um acordo, sendo a última em outubro de 2019, há exatamente um ano.
Agora, o processo de execução está suspenso por conta de um recurso apresentado por Russomanno no qual contesta a sua assinatura registrada no contrato de locação do imóvel, cujo preço mensal do aluguel era de R$ 70 mil. O candidato afirma no recurso que não assinou o contrato e foi solicitada perícia nos documentos.
Para o advogado André da Mata, “a argumentação é absurda”, já que Russomanno era o sócio-administrador do estabelecimento e sua assinatura foi reconhecida em cartório. “Ele diz que depois de ficar no imóvel sem pagar, sendo despejado, que não assinou o contrato de locação? A argumentação é absurda”, disse.
De acordo com o advogado, as tratativas da locação do imóvel foram feitas com Russomanno, mas figuram como sócios a filha do ex-deputado Eduardo Gomes (PSDB-TO), Luna Mirah Gomes; o empresário Geraldo Vagner de Oliveira, morto em junho em um acidente aéreo em Jundiaí (SP), e as empresas Yellowwood Consultoria e Unialimentar Comércio e Serviços Alimentares Ltda. Um dos delatores na Operação Lava Jato e ex-executivo da empresa Toyo Setal, Augusto Mendonça Neto, também participava da sociedade.
Apesar de afirmar que não assinou o contrato de locação, o advogado de Russomanno, Guilherme Dorta, chegou a afirmar em outras reportagens que o parlamentar fez um levantamento das contas para tentar oferecer um valor de entrada e, assim, quitar o débito. Ou seja, reconheceu que tinha um débito resultado da locação.
O processo de execução chegou a penhorar alguns bens de Russomanno, incluindo veículos e imóveis, mas o advogado informa que encontra dificuldade em identificar os bens do réu.
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Por Dayane Santos, 247
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