“É preciso ser menos ingênuo e conhecer mais a realidade brasileira, sobretudo a história de farsas que infelizmente marcam a história das nossas elites”, afirma o deputado Rogério Correia (PT-MG)
Há muito tempo uma grande reportagem, daquelas que fazem justiça ao nome, não gerava tanto comentário quanto este excelente documentário “Bolsonaro e Adelio: uma fakeada no coração do Brasil”, transmitido pela TV 247.
E como não poderia ser diferente, com tamanha repercussão vieram também algumas críticas. Sobre elas, é preciso dizer: é preciso ser menos ingênuo e conhecer mais a realidade brasileira, sobretudo a história de farsas que infelizmente marcam a história das nossas elites.
A frase é velha, mas cabe perfeitamente: “teorias da conspiração” são ruins e falseiam a realidade… o problema é que conspirações existem.
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Conspirações não faltaram na nossa história, sempre lideradas pelas elites econômicas e políticas e sempre contra os interesses maiores do país e do seu povo.
Li em algum lugar que o assunto da “facada” que elegeu Bolsonaro seria proibido, a não ser que “surjam evidências em contrário”… Outra crítica defendia ser impossível contar uma mentira tão grande (a “fakeada”) com tanta gente envolvida no episódio (médicos, seguranças, policiais, enfermeiros…).
Será mesmo?
Antes de tudo, bom lembrar que as demandadas “evidências em contrário” não surgem por geração espontânea. Precisam ser apuradas, investigadas, colocadas sob escrutínio constante da inteligência humana…
E aqui fica talvez o maior mérito do documentário e da TV 247: finalmente um assunto de tamanha importância recebeu a devida atenção por parte da mídia brasileira.
Aliás, tívessemos uma democracia mais madura e uma imprensa mais independente, certamente teríamos inúmeros outros documentários e reportagens abordando o assunto. Não precisa ir longe: nos Estados Unidos, um episódio semelhante já teria gerado inúmeros documentários e dezenas, ou centenas, de reportagens investigativas de fôlego.PUBLICIDADE
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Mas e quanto à impossibilidade de contar uma mentira da magnitude da “facada” com tanta gente envolvida, direta ou indiretamente, no episódio?
Ainda que isso deva ser levado em conta, não serve para desmerecer, de antemão, o notável trabalho jornalístico feito pelo repórter investigativo Joaquim de Carvalho, fruto de viagens a várias cidades, inúmeras entrevistas e uma exaustiva pesquisa teórica e de campo.
Sobre isso, tenho dúvidas se os críticos do documentário realmente assistiram ao filme. Não há ali um único passo em falso, um único “chute” ou especulação. Pelo contrário, há… evidências, inúmeras, de que a história merece urgentemente ser “reinvestigada” – ou investigada pela primeira vez de verdade.
O grande jornalista Juca Kfouri costuma lembrar sempre uma história interessante: logo após o golpe militar, muitos foram os que apontaram a influência dos Estados Unidos no levante que nos trouxe a ditadura por mais de 20 anos. Por vários anos, essas pessoas, lembra Kfouri, eram acusadas de “paranoicas”, adeptas de teorias conspiratórias e coisas assim. Os anos se passaram e hoje sabemos, inclusive com provas documentais, do papel central dos americanos no golpe de 1964.
E o atentado do Riocentro? Seria loucura imaginar uma trama que vitimou militares fosse urdida por… militares?
Este é o país cujas elites condenaram o ex-presidente mais popular da história por convicção. Dizia-se: Lula foi acusado pelos promotores de Curitiba, foi condenado pelo juiz Moro e foi “recondenado” pelos desembargadores de Porto Alegre. Como tanta gente pode estar aliada numa mentira?
Pois estava, como as mensagens obtidas pela Vaza Jato revelariam depois, infelizmente não a tempo de impedir a vitória do fascista-miliciano-incompetente que hoje nos governa.
Dallagnol amava Moro que amava os desembargadores do TRF-4, que se amavam e combinavam ações e sentenças via telefone celular.
Quem se lembra da eleição de 2010 e o episódio da bolinha de papel? Telejornais da Globo ouviram populares, políticos presentes naquele ato no Rio e policiais: todos afirmavam que o então candidato do PSDB, José Serra, havia sido vítima de um “atentado” desferido por radicais petistas…
Lembram? Até um perito foi ao Jornal Nacional para atestar a “verdade” do atentado – que felizmente foi desmascarado a tempo, mesmo com tanta gente repetindo a mentira…
Para quem ainda compra a versão bolsonarista como verdade absoluta a ponto de estar imune a uma investigação séria, duas dicas:
A primeira é para estudar novamente a nossa história. Farsas criadas por nossas elites não faltam.
A segunda dica: nunca duvidem do que é capaz uma família que elogia torturadores enquanto compra mansões e entrega medalhas a ex-policiais corruptos enquanto nega vacinas a um povo que morre.
Este artigo não representa a opinião do Brasil 247 e é de responsabilidade do colunista.
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