De janeiro a junho, setor segue firme. Nos últimos 12 meses, alta foi de 3,6%, segundo a mais recente pesquisa do IBGE. Além disso, varejo em junho foi 4% maior que no mesmo mês de 2023
Aquecimento: setor de supermercados cresceu 3,5% em junho
No primeiro semestre de 2024, o comércio varejista acumula alta de 5,2% em relação ao mesmo período de 2023. A média móvel trimestral variou 0,2% no trimestre encerrado em junho, enquanto o acumulado nos últimos 12 meses ficou em 3,6%, 21º mês seguido que esse indicador é positivo. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (14) pelo IBGE.
Na comparação com o mês de junho de 2023, a pesquisa do IBGE também aponta crescimento: as vendas no varejo avançaram 4,0%. Em junho de 2024, na comparação com igual mês do ano anterior, seis das oito atividades pesquisadas apresentaram resultados positivos: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (15,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,6%), Móveis e eletrodomésticos (6,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (4,7%), Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (0,1%). No sentido oposto, ficaram Combustíveis e lubrificantes (-4,1%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-8,1%).
No comércio ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas cresceu 0,4% na passagem de maio deste ano para junho. A média móvel trimestral, depois de registrar 0,1% de variação em maio, mostrou estabilidade (0,0%).
Na comparação do varejo, excluídas as atividades do comércio atacadista e setores como material de construção e veículos, o desempenho do setor em junho deste ano ficou 1% abaixo do mês anterior, maio, quando havia crescido 0,9% .
O acumulado até o mês de maio, 5,5%, havia sido bastante forte, e a diminuição do ritmo em junho configura “uma retração natural”, segundo explica o IBGE: “A queda de 1,0% no comércio varejista em junho acontece após cinco meses seguidos em alta, período que culminou com o recorde da série histórica em maio. O efeito rebote, ou seja, uma retração natural do volume de vendas depois de forte crescimento, além de reduções expressivas verificadas nas atividades de hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, e de outros artigos de uso pessoal e doméstico, são os dois principais fatores que explicam o recuo das vendas no varejo em junho”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.
Quanto às atividades, houve equilíbrio entre resultados negativos e positivos no mês de junho, analisado isoladamente. Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-2,1%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-1,8%), Tecidos, vestuário e calçados (-0,9%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-0,3%) tiveram desempenho negativo. Por outro lado, Combustíveis e lubrificantes (0,6%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,2%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (1,8%) e Móveis e eletrodomésticos (2,6%) cresceram de maio para junho.
Crescimento contínuo em saúde e beleza
O grupo de Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria registrou o 16º mês consecutivo de crescimento. O setor exerceu também a segunda maior contribuição no campo positivo para o varejo em junho, somando 1,5 p.p. ao total de 4,0%.
A atividade de Outros artigos de uso pessoal e doméstico, por sua vez, avançou pela quinta vez consecutiva. O último mês no qual registrou queda foi janeiro de 2024 frente a janeiro de 2023 (-2,1%). O grupamento exerceu a terceira maior influência na soma das contribuições do varejo em junho, contribuindo com 0,6 p.p no total de 4,0% do indicador interanual.
No que se refere ao comércio varejista ampliado, observou-se expansão de 2,0% nas vendas frente a junho de 2023, com altas em duas das três atividades complementares: Veículos e motos, partes e peças (7,0%) e Material de construção (3,9%). O único setor a apresentar queda nas vendas foi o de Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo (-11,5%).
Desempenho dos segmentos no primeiro semestre
Comparado ao primeiro semestre de 2023, nos primeiros seis meses de 2024 as vendas no varejo subiram 5,2%. Trata-se da quinta taxa positiva em sequência, após o resultado de -3,0% no segundo semestre de 2021. Cinco atividades tiveram alta nas vendas: Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (14,0%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (7,7%); Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (6,0%); Equipamentos e material para escritório informática e comunicação (3,0%); e Móveis e eletrodomésticos (2,5%).
No lado das quedas, ficaram Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), Combustíveis e lubrificantes (-1,9%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-7,6%).
Cristiano Santos lembra que “a queda das vendas no varejo em junho não foi suficiente para causar grandes perdas, pois ocorre depois da forte expansão do comércio varejista nos cinco primeiros meses deste ano. O resultado do primeiro semestre de 2024 é muito superior ao fechamento de 2023, sendo apoiado por duas atividades comerciais muito sólidas, com crescimento quase contínuo: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo; e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria”.
Já o varejo ampliado apresentou crescimento pelo terceiro período consecutivo: -1,4% no 2º semestre de 2022; 2,2% no 1º semestre de 2023; 2,6% no 2º semestre de 2023; e 4,3% no 1º semestre de 2024. Dentre os grupos, Veículos e motos, partes e peças (12,2%) e Material de construção (2,0%) fecharam o primeiro semestre de 2024 em alta, enquanto Atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo teve queda (-6,5%).
Em 20 unidades da federação, junho desacelera
Quando se compara os resultados de junho e maio de 2024, nota-se que 20 unidades da federação obtiveram desempenho negativo, com destaque para Amapá (-8,7%), Bahia (-2,8%) e Tocantins (-2,7%). Dentre as sete UFs com taxas positivas, Paraíba (2,4%), Rio Grande do Sul (1,8%) e Rondônia (1,0%) se destacaram.
No comércio varejista ampliado, houve resultados positivos em 15 das 27 unidades da federação, valendo mencionar Rio Grande do Sul (13,8%), Mato Grosso do Sul (4,8%) e Paraíba (4,5%). Amapá (-9,4%), Tocantins (-4,1%) e Acre (-2,7%), porém, chamaram atenção pelo lado negativo. Já Sergipe (0,0%) apresentou estabilidade.
Mais sobre a pesquisa
A PMC produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Iniciada em 1995, a PMC traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e unidades da federação. Os resultados podem ser consultados no Sidra. A próxima divulgação da PMC, com os resultados para julho de 2024, será em 12 de setembro.