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O grupo Abril entrou com um pedido recuperação judicial (RJ) nesta quarta-feira (15). O pedido foi formalizado no sistema eletrônico de Justiça e deve ser analisado por um juiz nas próximas semanas. O plano de recuperação judicial será mostrado aos credores em até 60 dias, se aprovado. A partir disso, a dívida, que alcança R$ 1,6 bilhão, é congelada e a empresa entra em um período de proteção judicial de 180 dias, em que não pode ser executada pelos credores que estão sujeitos à RJ.

A situação foi detalhada pela Exame, marca publicada pelo Grupo Abril. Em seu site, a Exame afirmou que a medida serve para a empresa reequilibrar suas contas, que foram muito afetadas nos últimos anos devido a dois fatores principais: a ruptura tecnológica que faz com que seja preciso repensar o modelo de produção e distribuição do conteúdo e a crise econômica que o país vem enfrentando. .

O anúncio acontece quase um mês após a família Civita, controladora da empresa, ter anunciado a contratação da empresa de reestruturação Alvarez & Marsal (A&M). Desde então, presidência executiva da Abril está nas mãos de Marcos Haaland, executivo sócio da A&M.

Haaland já promoveu mudanças para a redução de despesas, incluindo a demissão de boa parte do quadro de funcionários – cerca de 800 pessoas – e a interrupção da produção de algumas revistas e sites. “Vamos sair da recuperação judicial, quanto antes, com a empresa novamente saneada e em condições de ter um longo futuro digital”, disse ao site.

Segundo o executivo, a crise econômica realmente afetou o setor. “Do total de investimentos em publicidade das grandes empresas em 2010, uma fatia de 8,4% era dirigida para revistas. Essa participação caiu para 3% em 2017. A circulação de revistas, no mesmo período, baixou de 444 milhões de exemplares por ano para 217 milhões”, afirmou.

Ele informou também que a receita da Abril caiu de R$ 1,4 bilhão há quatro anos para R$ 1 bilhão em 2017 – devido principalmente pela redução de publicidade. O faturamento do grupo chegou a quase R$ 1 bilhão líquido, com prejuízo de R$ 300 milhões no passado.

Dada a situação, o grupo mantém cerca de 3 mil funcionários e seu portfólio que fica é composto por Veja, Veja SP, Exame, Você S/A, Você RH, Quatro Rodas, Placar, Capricho, Claudia, Portal M de Mulher, Bebe.com, Saúde, Viagem e Turismo, Superinteressante, Guia do Estudante e Vip.

Do Infomoney 

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