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Professor afirma que o Brasil punir todos os envolvidos no 8 de janeiro para impedir o retorno da extrema direita

João Cezar de Castro Rocha, Lula e militares
João Cezar de Castro Rocha, Lula e militares (Foto: Ricardo Stuckert | Divulgação)

“O golpismo não acabou e precisamos ter coragem de enfrentar os militares golpistas”, diz João Cezar de Castro Rocha · Ouvir artigo

Em entrevista concedida ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, o escritor e professor João Cezar de Castro Rocha discutiu os temas abordados em seu novo livro intitulado “Bolsonarismo: Da guerra cultural ao terrorismo doméstico”. A obra apresenta uma análise profunda das estratégias discursivas da extrema direita no Brasil, destacando a retórica do ódio como um elemento central na ascensão e consolidação do bolsonarismo.

Rocha ressalta que, no passado, o bolsonarismo tinha como eixo central a guerra cultural, utilizando narrativas polarizadoras para alimentar o ódio e promover a divisão na sociedade. No entanto, o autor destaca que o bolsonarismo evoluiu para se tornar uma seita religiosa, criando um ethos religioso em torno do ex-presidente Jair Bolsonaro. Esse aspecto religioso intensificou o fanatismo e tornou mais difícil a aceitação da política ou da derrota. “O golpe contra o presidente Lula está sendo urdido de forma permanente. Precisamos colocar as barbas de molho e devemos ter a coragem de dizer um basta aos militares”, diz ele.

O professor alerta que a extrema direita não desaparecerá facilmente e enfatiza a necessidade de coragem para enfrentar esse fenômeno. Rocha cita diversos episódios preocupantes que ocorreram após a derrota de Bolsonaro nas eleições, incluindo bloqueios nas estradas, tentativas de invasão da Polícia Federal e ações violentas com o objetivo de criar uma situação ingovernável. Ele aponta a participação de setores das Forças Armadas nessas ações golpistas.

Sem anistia – Rocha também destaca a preocupação com uma possível anistia dos militares envolvidos na tentativa de golpe de 8 de janeiro, alertando que isso poderia levar a um retorno desses setores com ainda mais violência em 2026. Ele menciona o ministro da Defesa, José Múcio, como uma concessão feita pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva aos militares, ressaltando a necessidade de estar atento a possíveis golpes contra o atual presidente. “No 8 de janeiro de 2023, os três poderes foram atacados no Brasil. O 8 de janeiro envolveu setores relevantes das Forças Armadas. O objetivo era criar uma situação inédita e ingovernável para que se criasse a Garantia da Lei e da Ordem. Tudo esteve por um triz no Brasil”, diz ele. “O Bolsonaro não teria sido possível sem a anistia da ditadura militar. Lá atrás houve um pacto para anistiar os militares da ditadura de 1964. Se houver anistia, eles voltam em 2026 – e com mais violência. O sucesso do governo Lula, na cabeça dos golpistas, é mais perigoso do que seu fracasso”, acrescenta.

O novo livro – A obra”Bolsonarismo: Da guerra cultural ao terrorismo doméstico” busca compreender os impasses contemporâneos da democracia brasileira e investigar como a extrema direita se enraizou em todas as classes sociais. Com entrevistas, artigos e textos inéditos, a obra faz parte de uma trilogia que busca propor hipóteses para atravessar esse cenário desafiador. Os próximos volumes abordarão a retórica do ódio e a influência da mídia extremista.Playvolume

João Cezar de Castro Rocha, renomado professor e autor, apresenta uma análise profunda e provocativa sobre o bolsonarismo, levando os leitores a refletir sobre os desafios enfrentados pela democracia brasileira e a importância de resistir à extrema direita. Assista:

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