A Greve Geral deste histórico 14 de Junho, convocada pelas centrais sindicais, demonstrou força em São Paulo. Além de grandes paralisações em escolas, transporte coletivo, bancos, fábricas e empresas públicas, houve centenas de manifestações em todas as regiões do estado. Mais de 10 milhões de trabalhadores e estudantes pararam nesta sexta-feira (14/6), conforme levantamento da CTB-SP (seção paulista da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil).
“A adesão à Greve Geral foi muito positiva. A luta contra a reforma da Previdência avançou”, avalia Rene Vicente, presidente da CTB-SP. Segundo Rene, a paralisação foi além da defesa da Previdência Social e do direito à aposentadoria. Os manifestantes protestaram também contra os cortes na Educação, pela geração de empregos e contra a privatização de empresas públicas de referência, como a Sabesp e os Correios.
Segundo a Fundação Seade, a economia paulista está em estagnação, com aumento do desemprego. Na Região Metropolitana de São Paulo, o índice de desempregados passou de 16,1% (em março) para 16,7% (em abril), totalizando 1,8 milhão de pessoas que estão sem emprego ou vivem apenas de “bicos”. A reforma da Previdência e a privatização de estatais, se concretizadas, devem agravar ainda mais esse quadro.
“Este 14 de Junho é ainda mais vitorioso porque sofremos muitas chantagens – dos governos federal e estadual, das prefeituras, das entidades patronais e de setores de Judiciário”, reforça Rene. “Falaram em multas milionárias às entidades sindicais e em demissão de trabalhadores que aderissem à greve. Mas não cedemos à intimidação.”
A CTB-SP na Greve Geral
Logo nas primeiras horas do dia 14, houve manifestação em frente à Sabesp Ponte Pequena. O ato foi chamado pela CTB-SP, em parceria com a Fenatema (Federação Nacional dos Trabalhadores em Água, Energia e Meio Ambiente) e o Sintaema (Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente do Estado de São Paulo). Ubiraci Dantas, o Bira, presidente da CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), e Nivaldo Santana, da direção nacional da CTB, marcaram presença.
De lá, os trabalhadores saíram em passeata até a Superintendência do INSS em São Paulo, na Rua Santa Ifigênia. Foi nesse ponto que representantes das centrais sindicais atenderam à imprensa e deram o balanço preliminar do dia: a Greve Geral envolveu, em todos os estados do País, mais de 45 milhões de trabalhadores.
No final da tarde, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo sem Medo levaram dezenas de milhares de pessoas à Avenida Paulista. O ato contou com a participação do deputado federal Orlando Silva (PCdoB-SP) e dos ex-presidenciáveis Fernando Haddad (PT) e Guilherme Boulos (PSOL).
“Este governo desastroso só pensa em tirar direitos dos trabalhadores. Não podemos aceitar que o brasileiro trabalhe por 40 anos e morra de trabalhar, sem ter uma aposentadoria digna”, afirmou Pedro Mesquita Forte, dirigente nacional da CTB e tesoureiro do Sindicato dos Marceneiros de São Paulo. Ao discursar no palco montado na Paulista, Pedro defendeu a unidade do movimento sindical para defender a aposentadoria: “A reforma penaliza quem mais precisa da Previdência: os trabalhadores de baixa rendas e as mulheres. Vamos deixar as diferenças de lado, dar as mãos e lutar.”
Categorias
O Núcleo da CTB no Sindicato dos Metroviários sobressaiu na Greve Geral. Como o Metrô paulista transporta 5,2 milhões de pessoas por dia, o setor é um dos mais estratégicos no estado. Ao longo da sexta-feira, os metroviários cruzaram os braços nas Linhas 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha, além da 15-Prata (monotrilho). O cetebista Wagner Fajardo, coordenador-geral do sindicato, liderou a articulação junto à categoria e foi, reconhecidamente, peça-chave para o êxito do 14 de Junho.
A greve no Metrô teve adesão de 90% dos trabalhadores da manutenção e de 96% dos operadores de trem. O sindicato acusou a empresa de irresponsabilidade, por acionar um temerário plano de contingência em trechos do sistema. Conforme a entidade, parte dos profissionais que operaram trens nesta sexta-feira não fez todos os treinamentos necessários, o que pôs em risco a vida dos usuários do Metrô.
A manifestação na Sabesp Ponte Pequena fechou uma das faixas da Avenida Santos Dumont, próximo ao cruzamento com a Avenida do Estado. Também houve piquetes em diversas unidades (polos e agências) da Sabesp no estado. “Hoje é um dia de muita luta em São Paulo e no Brasil. Conseguimos mandar o recado ao governo e vamos impedir essa reforma, que condena todos os brasileiros a não terem o direito de se aposentar”, declarou o presidente do Sintaema, José Faggian.
Os trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) fizeram piquetes nos grandes centros da empresa desde as primeiras horas da sexta-feira. Os atos alertaram para o risco de desmonte e privatização dos Correios. Para o sindicato da categoria (Sintect-SP), a greve representou uma vitória dupla. Primeiro, pelo compromisso dos ecetistas, que deram aprovação unânime à paralisação em assembleia na noite de quinta-feira (13), conduzida pelo secretário-geral Ricardo Adriane, o “Nego Peixe”.
Segundo, por uma importante vitória judicial contra a arbitrariedade patronal. Os Correios chegaram a mandar mensagem a todos os seus funcionários, a fim de obrigá-los a trabalharem no dia da Greve Geral, sob a ameaça de descontos salariais de quem aderisse à paralisação. Mas a Justiça do Trabalho acatou a Ação Inibitória Coletiva ajuizada pelo Sintect-SP. Mais do que reconhecer o direito de greve, a decisão estipulou multa para a empresa em caso de qualquer punição aos trabalhadores grevistas.
O balanço preliminar do Sedin – que representa os trabalhadores da rede municipal de ensino infantil em São Paulo (SP) – aponta grande participação da categoria na Greve Geral. De acordo com a secretária-geral do sindicato, Sheyla Mendes da Silva, 37% das EMEIs (escolas municipais de Educação Infantil) pararam totalmente. Em 62% dos colégios, a adesão foi superior a 70% dos educadores.
Interior
As entidades da base da CTB-SP foram essenciais na Greve Geral em Campinas, Sorocaba e Ribeirão Preto. É o caso do Sindicato dos Professores (Sinpro) de Campinas e Região, que representa os educadores da rede privada de ensino em oito cidades. “Não podemos sair das ruas. Só assim conseguiremos parar os retrocessos que o governo quer impor”, afirmou o presidente do Sinpro, Carlos Virgilio Borges, o Chileno.
O Largo do Rosário, no centro de Campinas, foi palco de dois atos do 14 de Junho – um pela manhã e outro no final da tarde –, com a participação de 5 mil trabalhadores e estudantes. Em Piracicaba, a concentração foi no Terminal Central, a partir das 6h30 da manhã. O Sinpro participou, ainda, de ato na Praça Basílio Rangel, em Americana.
Em Sorocaba, a Praça Coronel Fernando Prestes, na região central, foi o ponto de encontro de duas passeatas. Os professores saíram em caminhada de lá até a Catedral da Matriz, passando pela Rua 15 de novembro e retornando ao Centro depois. Já os estudantes foram da Zona Norte até a Praça Coronel Fernando Prestes, em passeata pela Avenida Itavuvu.
Durante os dias que antecederam a Greve Geral, o Sinpro denunciou a tentativa do sindicato patronal de “impedir ou constranger os trabalhadores contra a organização do trabalho”. A entidade vai tomar medidas judiciais contra “os que tentarem cercear professoras e professores em seu livre direito de manifestação e greve”.
O Sindicato dos Servidores Municipais de Ribeirão Preto, Guatapará e Pradópolis mobilizou a categoria no 14 de Junho na região. Mais de 3 mil trabalhadores ribeirão-pretanos foram em passeata, pela manhã, da Câmara Municipal até o Palácio Rio Branco (sede da Prefeitura). Os servidores fizeram assembleia na segunda-feira (10) para selar o apoio à Greve Geral. À frente da entidade estão o presidente Laerte Carlos Augusto e a secretária-geral Jacira Campelo (também vice-presidenta da CTB-SP).
Na cidade de Registro, o Sindicato dos Servidores Municipais do Vale do Ribeira a Alto do Ribeira, presidido por Otavio Shimoda, se manifestou durante toda a sexta-feira. De manhã, um protesto ocupou a frente da casa do deputado federal Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da reforma da Previdência do governo Bolsonaro. À tarde, os trabalhadores fizeram passeata pelas ruas da cidade e ato na Praça Joya.
* Colaborou Ana Bueno
Por André Cintra*
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