Fortalecimento do parque industrial e recuperação da economia local estão na sua plataforma de governo
O Partido dos Trabalhadores do Distrito Federal (PT-DF) colocou o nome do economista Júlio Miragaia para ser a opção de candidato ao cargo de governador nas eleições de outubro. Júlio, que já foi presidente da Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) – na gestão de Agnelo Queiroz – e do Conselho Federal de Economia (Cofecon), é um militante do PT de longa data.
Com mestrado e doutorado pela Universidade de Brasília (UnB), Miragaia surge como a opção encontrada pelo partido para defender algumas medidas que o PT considera importantes para o cenário político brasileiro.
“A nossa plataforma está alicerçada nesta questão: Lula presidente do Brasil, para revogar todas as medidas que foram adotadas pelos golpistas, como a reforma trabalhista, lei da terceirização, Emenda Constitucional 95, que limita por 20 anos os gastos públicos, são condições para que o Brasil volte aos trilhos”, disse Miragaia em entrevista exclusiva ao Jornal TaguaCei e ao site Ceilândia em Alerta.
Os anos que passou à frente da Codeplan permitiu que Júlio Miragaia tivesse contato com pesquisas que lhe possibilitaram a “conhecer bastante a realidade econômica e social do Distrito Federal e do Entorno”. Essa habilidade, afirma ele, foi decisiva na escolha de seu nome para concorrer nas eleições. “A gente se sente absolutamente capacitado a exercer essa honrosa função de governar o Distrito Federal”, afirma.
Entre as experiências vividas pelo ex-presidente da Codeplan, está a descoberta de que o principal segmento da economia do DF e apoiado pelo setor público. Dados apresentados pelo próprio Miragaia mostram que, até mesmo o setor privado, que representaria cerca de 40% da economia do DF, seria na sua grande maioria, constituído por empresas que prestam serviços ao setor público.
“A economia do DF depende fortemente do setor público, dados revelam que 52% do PIB do DF vem do setor público; 50% de todo orçamento é oriundo do setor público; 57% da massa salarial vem do setor público; e 23% dos empregos diretos [também vem do setor público]”, salienta o candidato do PT.
O economista defende a ideia de que essa dependência da economia do DF em relação ao setor público foi gravemente ampliada com a crise econômica pela qual o país passa. Miragaia lembra que em 2012 a economia na capital crescia acima da média nacional, chegando a atingir a posição de 6ª economia do país. Hoje, com a crise econômica, o DF, segundo ele, pode cair para a 10ª posição.
Em sua opinião é preciso começar imediatamente um processo de “recuperação econômica fiscal do governo federal para que a economia do DF possa voltar a crescer”.
Proposta
Para sair dessa dependência da renda entorno do funcionalismo público, o candidato do PT defende a tese de que seria necessária a implantação de outra matriz econômica, no caso, a indústria. “Investir só na agricultura não é bom, pois possuímos um território pequeno. Agora a indústria, não; temos aqui todos os requisitos que essa cadeia produtiva precisa, como mercado consumidor e renda per capita – que no DF é quase o triplo da renda nacional. Além de infraestrutura e mão de obra qualificada”, destacou Júlio Miragaia.