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Um áudio enviado pelo irmão do ex-ministro Antonio Palocci, Pedro, ao dirigente da Qualicorp, José Seripieri, desmoraliza ainda mais a delação do ex-ministro da Fazenda contra Lula, Dilma e o PT.

Palocci, ao ser interrogado pela primeira vez pelo ex-juiz Sergio Moro, disse que poderia entregar bancos e uma grande empresa de comunicação que teriam recorrido a favores do governo Lula.

A expectativa é de que Palocci entregaria a TV Globo, que salvou-se de quebrar graças a ajuda do BNDES.

No entanto, o ex-ministro aparentemente moldou sua delação para agradar Moro e os procuradores da Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba, hoje extinta.

Trechos da delação foram divulgados por Moro a uma semana do primeiro turno da eleição presidencial de 2018, tiveram grande destaque nas manchetes e prejudicaram o candidato do PT, Fernando Haddad, beneficiando Jair Bolsonaro.

Moro, a esta altura, já havia sido sondado pela equipe de Bolsonaro para se tornar ministro da Justiça.

Na transcrição do áudio, divulgada pela Conjur, Pedro diz:

Pedro Palocci: Delação, então, funciona assim: você entrega o nome (…), preserva alguma coisa (…) O resto é o que eles querem. E eles espremeram muito em relação a alguns empresários. Incluindo você. (…) Queriam falar sobre você, sobre as coisas que imaginam que ele tenha feito para você!

José Seripieri Junior: Meu Deus.

Pedro Palocci: E aí, falou que dentro das coisas que eles pediram (ininteligível) porque tem todo um dossiê montado e feito… relacionado à proteção do Maurício na ANS (ininteligível), inclusive coisas com o Lula, né? (…) coisa nesse nível.

José Seripieri Junior: Isso não existe. Nada disso procede! Isso é uma loucura.

Pedro Palocci: Te sugeriria o seguinte, se você quiser, tem o advogado que pegou todas essas informações (…). Eu acabei esquecendo de trazer o cartão dele, então, se você quiser entrar em contato, só pra ele passar o número, porque eu (…) fiz questão de não saber, porque quanto menos você saber melhor, né? (…) Aí a gente mostra tudo que tem lá.

O áudio sugere o que partidários do ex-presidente Lula já imaginavam: que as delações foram talhadas para servir aos interesses dos investigadores.

Palocci disse na delação que Serepieri teria sido beneficiado ao indicar Maurício Ceschin para a direção da Agência Nacional de Sáude Suplementar (ANS).

A tarefa de Ceschin seria elaborar duas portarias para beneficiar a Qualicorp.

O problema é que Ceschin só assumiu o cargo quatro meses DEPOIS de as portarias terem sido aprovadas e Seripieri só conheceu o ex-presidente Lula em 2011, quando as portarias são de julho de 2009.

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