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O senador tucano Antonio Anastasia lançou sua pré-candidatura a governador de Minas Gerais nesta segunda-feira (14) e o fato político mais relevante do evento foi uma ausência: Aécio Neves não compareceu. Com a crise do PSDB, que tornou-se uma legenda agonizante depois do golpe de 2016, Anastasia tinha decidido não concorrer ao cargo para o qual havia sido eleito em 2010 na sucessão de seu padrinho político, Aécio Neves. Mas o temor de que o PSDB vire pó no Estado, como aconteceu com Aécio, fez com que o senador mudasse de ideia.

Aécio virou pó -ou um fantasma na política brasileira. Inconformado com a reeleição de Dilma, já na noite da derrota (26 de outubro de 2014) iniciou as articulações para o golpe. O dia das apurações do segundo turno, havia sido todo de festas no ninho tucano. No apartamento de sua irmã, Andrea, sua conselheira e orientadora e agora co-réu em vários processos por corrupção, Aécio havia liderado as celebrações do tucanato que, de todo país, dirigiram-se para lá, certos da vitória. A foto do candidato estupefato com a derrota, depois do dia de comemorações é emblemática – com o amigo Luciano Huck ao fundo.

No dia seguinte, Aécio pôs o golpe em andamento. Menos de dois meses depois da derrota, em 18 de dezembro de 2014, o PSDB entrou com um ação no TSE pedindo a cassação de Dilma e a diplomação de Aécio. Não deu certo, e Aécio assumiu a condução das conversas com Temer, Romero Jucá e outros líderes do MDB e de outros partidos. Foi o líder inconteste do golpe. Mas o plano não deu certo para o neto de Tancredo Neves, que imaginava cavalgar o golpe até o Palácio do Planalto -nem para seu partido. Começaram a pulular as denúncias de corrupção, saiu a público o envolvimento de Aécio com a história do Helicoca (aqui), numa sucessão de casos.

Aécio vive um ostracismo político exemplar. Neste momento, sua preocupação é evitar a prisão. Para isso, conta com a ajuda dos amigos. Na semana passada outro ministro tucano do STF, Alexandre de Moraes, mandou para a primeira instância a investigação trata da acusação de que o senador tucano, quando governador de Minas, participou da montagem de um cartel que fraudou licitações para construir a Cidade Administrativa (aqui). O caso agora está na Justiça Estadual, em Belo Horizonte, reino dos tucanos e dos Neves.

Quanto ao PSDB, vive uma decadência acelerada. Nas pesquisas, o pré-candidato do partido, Geraldo Alckmin, está no fundo do poço (leia artigo do 247 sobre isso aqui). Aécio foi o líder dessa trajetória. Perdeu, playboy.