Em SP, mais de duas mil mulheres estiveram reunidas durante três dias para debater estratégias de enfrentamento e combate à violência política de gênero e raça, entre outros temas

A deputada federal Natália Bonavides (PT-RN) foi a mediadora do painel “Futuro em Construção: Mulheres, Trabalho e Inovação em Pauta”

O final de semana foi marcante para mais de duas mil mulheres que lutam por um mundo melhor para aquelas que atuam na política. Organizado pelo Instituto E se fosse você, primeira ONG brasileira criada para democratizar um conteúdo educacional sobre fake news e violência política de gênero, o festival Mulheres em Luta  (MEL), reuniu lideranças políticas, representantes de movimentos sociais, pesquisadoras e ativistas do Brasil e do mundo. 

Realizado em São Paulo entre os dias 11 e 13 no espaço Nave Coletiva, o MEL foi uma oportunidade para que as mulheres pudessem propor estratégias para enfrentar o avanço da extrema direita, fortalecendo redes feministas para ampliar a presença feminina nos espaços de poder.

Durante três dias, a atividade foi palco de debates importantes sobre temas como combate à violência política de gênero e raça, cuidado e maternidade na democracia, justiça climática, liderança das mulheres negras, mulheres e internet, combate à disseminação de ódio contra as mulheres na política e nas redes.

Deputadas federais, estaduais e vereadoras do PT marcaram presença na atividade, reforçando o compromisso das companheiras nas arenas dos debates mais atuais que giram em torno dos direitos das mulheres. Isso reforça o engajamento dos petistas na construção de melhores práticas para aqueles que estão nos espaços de poder e decisão. 

Andreia de Jesus, deputada estadual (PT-MG), que está no segundo mandato, destacou a qualidade do evento, que reuniu durante três dias mulheres diversas e potentes: “O evento foi fantástico tanto na qualidade dos debates, onde discutiu-se desde o papel da Palestina no contexto internacional, até a luta contra a crise climática aqui no Brasil, além do papel das mulheres negras nesse processo tão grande que é de política.”

A vereadora Paolla Miguel, de Campinas (PT-SP), classificou o evento como essencial: “São trocas de informações, tecnologias sociais e estruturais, e a gente precisa desse acolhimento massivo de nós para nós.”

Na sexta, como parte da abertura do evento, foi lançado o Manifesto Mel – Mulheres em Lula .  “Como as abelhas, somos muitas. E juntas, somos potência. Fertilizamos ideias, espalhamos coragem, damos sustento ao que é invisível. Nosso trabalho alimenta o Brasil. Nas casas, nos campos, nos becos, nas escolas, nos ambulatórios, nos parlamentos. Estamos multidão em movimento. Mas queremos nos silenciar. Querem nos envenenar com o ódio, nos desorganizar com o medo, nos adoecer com a fome e a mentira. Como as abelhas melíferas, enfrentamos venenos que não escolhem alvo: o autoritarismo, o machismo, o racismo, a lesbofobia, a transfobia e a extrema direita É por isso que nascemos – Mulheres em lutas, para chamar o comum, para lutar pelo bem-viver”, diz trecho do documento. 

Participação dos petistas nos painéis

No sábado, o painel “ Justiça climática pela potência das mulheres ” , reuniu as vereadoras Adriana Almeida, de Fortaleza (PT-CE), Katia Maria, de Goiânia (PT-GO) e Teca Nelma, de Maceió (PT-AL), além da deputada estadual Leninha (PT-MG).

A companheira mineira destacou que, com as mudanças climáticas, as mulheres negras e pobres seguem como os principais assuntos. “A gente sabe que as mulheres negras e pobres são as que mais sofrem quando há grandes enchentes ou grandes secas. Precisamos questionar esse modo de desenvolvimento que penaliza as pessoas mais pobres e, acima de tudo, agride o meio ambiente.

Já a alagoana Teca Nelma usou sua fala para denunciar o crime ambiental de violação pela Braskem, em Maceió. “O PT está em peso aqui no MEL. Eu participei, enquanto vereadora de Maceió, para denunciar o crime ambiental que acontece na cidade, incidente pela empresa Braskem. Conseguimos fazer essa denúncia para o Brasil inteiro do crime que acontece na cidade”, disse o jovem.

Já no domingo, a deputada federal Natália Bonavides foi mediadora do painel “Futuro em Construção: Mulheres, Trabalho e Inovação em Pauta”, que também contou com a participação de Luciane Carminatti, deputada estadual (PT-SC), Priscila Santos Araújo, Coordenadora Nacional do Movimento VAT (Vida Além do Trabalho), Juliane Furno, Professora de Economia na UERJ e Militante do Movimento Brasil Popular, Luiza Nassif, Co-diretora do Made e professora do Instituto de Economia da Unicamp, e Vivian Libório de Almeida, Diretora de Inovação para Produção Familiar e Transição Agroecológica – SAF/MDA.

O tema do fim da escala 6×1 e como as mulheres seguem como as mais afetadas pelo regime de trabalho foram temas do painel. A escala 6X1 é um dos maiores empecilhos para que haja igualdade de gênero no trabalho. Diversas pesquisas já revelaram que as mulheres, em especial as negras, são as mais afetadas. 

“As mulheres que são motoristas de Uber enfrentam situações como não conseguir ir ao banheiro, além do perigo mesmo de assédio, e uma organização dessas trabalhadoras ainda é muito fragilizada. Tudo que está acontecendo no mundo da inovação bate no mundo do trabalho e isso sempre tem um impacto muito diferente, mais intenso na vida das mulheres”, contextualizou a deputada federal.

Presenças 

Participaram as vereadoras petistas Paolla Miguel, de Campinas (SP), Teca Nelma, de Maceió (AL), Adriana Almeida, de Fortaleza (CE), Katia Maria, de Goiânia (GO), Karla Coser, de Vitória (ES), Valentina Rocha, de Foz do Iguaçu (RS), Natasha Ferreira, de Porto Alegre (RS), Cássia Gonçalves, de Caraguatatuba (SP), Adriana Almeida, de Fortaleza (CE), Êmilly Martins, de Maranguape CE), Kathanne Meira, de Fortim (CE), Betinha Franco, de Paramoti (CE), Nayana Lima, de Jaguaribe (CE), Felitita Silva, de Chaval (CE), Damiris Rinarlly, de Conselheiro Lafaiete (MG), Telma, de Piatã (BA), e Maria Tereza Capra, ex-vereadora de São Miguel do Oeste (SC). 

As deputadas estaduais Leninnha (PT-MG), Andreia de Jesus (PT-MG), Larissa Gaspar (PT-CE), Tainá de Paula (PT-RJ) e Luciane Carminati (PT-SC) também serviram no MEL, bem como as deputadas federais Natália Bonavides (PT-RN) e Juliana Cardoso (PT-SP).

A companheira Jaqueline Gomes de Jesus, professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro, psicóloga e primeira mulher trans a receber o Diploma Bertha Lutz, também participou do MEL. Ela esteve no painel “Por que as pessoas trans são alvos da extrema direita?”.A escritora carioca Márcia Tiburi também participou. 

Os comentários estão desativados.