O Primeiro Comando da Capital (PCC), um dos maiores grupos criminosos da América do Sul, tem sido identificado como uma entidade que movimenta bilhões de reais anualmente. Estima-se que sua receita anual chegue a cerca de R$ 5 bilhões.
Para mascarar suas transações financeiras, oriundas do tráfico de drogas, roubos e outras atividades criminosas, a facção adota uma série de estratégias, incluindo o uso de comércios legítimos, criptomoedas e, surpreendentemente, até mesmo igrejas evangélicas.
As autoridades policiais e o Ministério Público têm intensificado esforços para interromper as fontes de financiamento do PCC. O grande desafio enfrentado pelas autoridades é rastrear o fluxo de dinheiro ilícito que entra em instituições religiosas sob a forma de doações aparentemente legítimas, apenas para ser convertido novamente em ativos ilegais, como drogas e armas.
A relação entre o PCC e igrejas evangélicas se tornou tão entrelaçada que o Ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), alertou para a existência do que ele chamou de “narcomilícia evangélica” no Brasil – essa expressão reflete a profunda ligação entre o crime organizado e certos setores da comunidade religiosa.
Para o promotor de justiça Fábio Bechara, um dos principais desafios enfrentados pelo PCC é a utilização do dinheiro em espécie gerado por suas atividades criminosas.
As igrejas, neste contexto, desempenham um papel fundamental, fornecendo uma maneira de “lavar” o dinheiro sujo, transformando-o em ativos que parecem legais. Essa prática torna ainda mais difícil para as autoridades rastrearem e interromperem as atividades financeiras do grupo criminoso.
“A igreja tem a situação que envolve a liquidez gerada pelo dinheiro em espécie. O dinheiro em espécie, ele é uma forma de você romper esse nexo, esse vínculo da origem com o destino dessa história”, disse Fábio Bechara.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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