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Ontem foi a vez de Rodrigo Maia se juntar à penca de candidatos que torcem por uma decisão judicial que exclua Lula da disputa presidencial mas que, aos jornais, declaram que gostariam que ele pudesse concorrer.

Entre os principais nomes, só Jair Bolsonaro, na sua brutal sinceridade autoritária, diz – foi assim que falou na Rede TV – que para ele “é bom” que Lula seja condenado e saia das urnas de outubro.

Os outros evitam ser sinceros porque, todos eles, sabem por suas permanentes sondagens de opinião que há uma crescente percepção de que se vai fazer não um julgamento, mas uma execução política e, como se faz desde Pilatos, evitam sujar explicitamente as mãos de sangue.

Menos por eles e mais pelo processo político, é sintomático que o clamor pela exclusão de Lula, pela via do assassínio judicial de seus direitos políticos, é algo que só sobrevive, em estado bruto e expresso, nos segmentos mais direitista e “mercadistas” – o outro quisto onde se encontra o desejo confesso de uma condenação.

Há uma crescente percepção de que, como diz hoje Luís Costa Pinto em novo e excelente artigo no Poder360, ninguém terá forças para resistir “ao processo de denúncia da ilegitimidade do pleito de outubro caso escolham o atalho para o salto nas trevas”.

Há duas formas de derrotar Lula. Uma é difícil, embora possível: nas urnas. Outra, bem mais fácil, tirá-lo do pleito.

A solução fácil, porém, já se anuncia como algo que é obter o ovo de ouro matando a galinha da democracia.

O último que o tentou está aí, reduzido a um mulambo político.

Aécio Neves.

POR FERNANDO BRITO