O corte de 0,50 ponto nos juros básicos na reunião deste mês é a quarta redução consecutiva depois que o BC iniciou seu ciclo de afrouxamento monetário, em agosto
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que o corte de 0,50 ponto percentual na taxa Selic é um motivo de comemoração e que os indicadores de inflação mostram que a política econômica está no caminho certo.
“Vamos comemorar que caiu mais 0,50 (ponto percentual). Vamos convergir para onde a Selic tem que convergir. Porque os indicadores de inflação demonstram que a política econômica está no caminho certo”, disse Haddad em entrevista na saída do ministério, após a reunião em que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu a taxa básica para 11,75% ao ano.
O corte de 0,50 ponto nos juros básicos na reunião deste mês é a quarta redução consecutiva depois que o BC iniciou seu ciclo de afrouxamento monetário, em agosto. O ajuste foi decidido por unanimidade e o comunicado indicou que a diretoria da autarquia antevê cortes na mesma intensidade nas próximas reuniões.
A redução ocorre em meio a um arrefecimento da inflação doméstica, que ficou abaixo do teto da meta de 4,75% para este ano nos 12 meses encerrados em novembro.
Também nesta quarta, o BC melhorou suas projeções para o comportamento dos preços em relação à reunião de novembro. A autoridade monetária informou que, em seu cenário de referência, a estimativa para a inflação caiu de 4,7% para 4,6% em 2023, de 3,6% para 3,5% em 2024 e foi mantida em 3,2% para 2025.
“Uma política monetária muito restritiva atrapalha a arrecadação, e uma política fiscal que for muito irresponsável compromete a política monetária. Então tem que caminhar junto. Quanto mais rápido convergir, melhor”, disse Haddad, ao enfatizar mais uma vez que a atuação da Fazenda e do BC devem estar alinhadas.
MEDIDAS NO CONGRESSO – Com o Congresso Nacional quase na reta final dos trabalhos para este ano, o prazo para a aprovação de medidas importantes para aumentar a arrecadação está ficando mais apertado. Contudo, Haddad disse acreditar que a reforma tributária será aprovada ainda em 2023.
“(A reforma tributária) não vai atrasar. Eu creio que nem o presidente (da Câmara dos Deputados) Arthur Lira nem o presidente (do Senado, Rodrigo) Pacheco, têm intenção de adiar a promulgação da reforma tributária para o ano que vem”, afirmou.
Segundo o ministro, o foco está em aprovar o que for comum às duas Casas e, já que a espinha dorsal da proposta de emenda constitucional está intacta e os pontos ainda em discussão são apenas detalhes, apreciar trechos específicos depois da promulgação não traria danos à reforma.
Já sobre possíveis consequências do veto à prorrogação da desoneração da folha salarial de empresas, Haddad afirmou que um cenário macroeconômico robusto e o equilíbrio fiscal ofuscariam os efeitos negativos.
Haddad disse ainda que o governo estuda diferentes propostas para uma alternativa à desoneração, inclusive uma reoneração gradual, mas que, provavelmente, na quinta-feira deverá ter um panorama melhor sobre o tema. O ministro pontou que foca em encontrar um ponto de equilíbrio e evitar a judicialização da questão.
Com informações do Brasil 247
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