Deputada Natália Bonavides pediu que o PGR Augusto Aras investigue o ministro Eduardo Pazuello por “ludibriar o STF” com as assinaturas não autorizadas. Já o deputado Alexandre Padilha irá à Suprema Corte pelo documento apresentado não ter sido pactuado com estados e municípios
Eduardo Pazuello, Jair Bolsonaro e teste de Covid-19 (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil | Reuters/Ueslei Marcelino)
Parlamentares do PT na Câmara reagiram à falsificação de assinaturas de pesquisadores no plano nacional de vacinação contra a Covid-19 apresentado ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ao Supremo Tribunal Federal (STF). PUBLICIDADE
A deputada Natália Bonavides (PT-RN) protocolou representação na Procuradoria Geral da República (PGR), acusando o governo Jair Bolsonaro de “ludibriar” o STF com assinaturas falsas em plano de imunização. Ela argumenta que protocolar um documento com assinaturas falsas é crime de falsidade ideológica.
Já o deputado Alexandre Padilha (PT-SP), que é ex-ministro da Saúde,
anunciou que vai acionar o STF contra o governo. Segundo Padilha, além do escândalo das falsificações de assinaturas, o plano “certamente não foi visto pelo Conass (Conselho Nacional dos Secretários de Saúde) e pelo Conasems (Conselho Nacional das Secretarias Municipais de Saúde)”. “No SUS, todo Plano Nacional tem que estar pactuado com estados e municípios. O STF não pode admitir isso. Vamos acioná-lo”, prometeu Padilha.
“O governo federal entrega ao STF Plano com assinaturas falsas de pesquisadores, sem meta de vacinar toda a população, sem calendário de entrega das supostas 300 milhões de doses. Meta fake, calendário fake, logística fake, assinatura de pesquisadores fake. Para o STF!!! Crime!!!”, escreveu.
Reação dos cientistas
Segundo nota divulgada pelos profissionais citados no plano, eles não foram consultados sobre a versão final e apenas tomaram conhecimento do documento pela imprensa.
“Nós, pesquisadores que estamos assessorando o governo no Plano Nacional de Vacinação da Covid-19, acabamos de saber pela imprensa que o governo enviou um plano, no qual constam nossos nomes e nós não vimos o documento. Algo que nos meus 25 anos de pesquisadora nunca tinha vivido!”, escreveu no Twitter a epidemiologista e pesquisadora do CNPq Ethel Maciel. Ela é porta-voz do grupo de cientistas.
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