“Foi pensando nas nossas comunidades que eu me atrevi, aos 78 anos, a ser candidata a prefeita do Rio de Janeiro”, afirmou Benedita da Silva, durante caminhada na comunidade Vila do Cruzeiro, na Penha, na sexta-feira (13). “Estou na vida pública há 40 anos e quero dedicar a vocês o que resta da minha energia, fazendo com que a gente volte a ser feliz, a ter emprego, saúde e que as mulheres possam colocar seus filhos na creche e a nossa juventude possa ter os seus sonhos”, discursou
De volta onde tudo começou, há 38 anos, quando as favelas do Rio elegeram a primeira vereadora negra. A candidata da coligação “É a vez do povo” à prefeitura do Rio, Benedita da Silva, arrastou, nesta sexta-feira, 13/11, centenas de pessoas pelas ladeiras da comunidade da Vila Cruzeiro, na Penha.“Em muitos lugares eu tenho vivido emoção muito grande, mas aqui minha emoção aumentou. E por que, minha gente? Porque a gente é raiz, a gente é chão, sabe, conhece, é diferente. A gente sabe que está pisando em um chão sagrado de batalha de muita gente, sacrifício de muita gente para botar sua casa em pé, sua comida na mesa, para dar duro, pra botar seus filhos na escola e para ver a vida melhorar”, discursou Benedita no morro.Ela apontou o desemprego, especialmente de jovens e mulheres, como o maior problema da cidade. A candidata explicou em detalhes seu programa complementar de renda básica chamado Moeda Carioca. Será uma ajuda de R$ 100 mensais, que só podem ser gastos na própria comunidade, fortalecendo o comércio e os empregos locais. O programa inclui a criação de um banco popular para fazer empréstimos a juro zero para pequenos empreendedores.“Vai emprestar pra você, que tem uma moto e precisa modernizá-la, terá um empréstimo sem burocracia. Pra você, que precisa abrir sua confecção, quer empregar mais alguém, pegar mais encomenda, vai poder usar essa moeda”, exemplificou. No alto do morro, ela agradeceu a recepção e disse que espera o voto “dos cariocas que mais precisam de atenção do poder público” para vencer as eleições. “A favela vai tirar o Crivella e me levar ao segundo turno”, afirmou.“Foi pensando nas nossas comunidades que eu me atrevi, aos 78 anos, a ser candidata a prefeita do Rio de Janeiro. Estou na vida pública há 40 anos e quero dedicar a vocês o que resta da minha energia, fazendo com que a gente volte a ser feliz, a ter emprego, saúde e que as mulheres possam colocar seus filhos na creche e a nossa juventude possa ter os seus sonhos”, discursou.
Investimento na cultura e na juventude
Ela reiterou que vai pressionar a Cedae, que é estadual, para subir o morro e sanear as partes mais pobres da cidade, e turbinar a economia desses locais apostando no empreendedorismo cultural dos jovens.“A gente fala para a comunidade inteira, independente da religião de cada um, que a gente quer investir na cultura. Cada um na sua, vamos investir na cultura para que os talentos da comunidade possam também produzir, seja da dança, da música, da artes plástica, nós estaremos junto com vocês”, ressaltou.
Povoar o Centro
Ela afirmou ainda que vai buscar parceria com o Estado e a União para “povoar o Centro”. A ideia é criar condições para a conversão de vários imóveis comerciais em residenciais, além do uso de imóveis que estão fechados ou abandonados. A região, apesar de ter a melhor infraestrutura de transporte e de equipamentos culturais da cidade, tem pouco mais de 40 mil habitantes, segundo o Censo de 2010 do IBGE.Na estimativa do coordenador do programa de governo, Jorge Bittar, é possível dobrar essa população em menos de 10 anos se houver uma política pública estratégica da prefeitura neste sentido. A candidata ressaltou a importância de melhorar a iluminação, a segurança, o ordenamento do comércio ambulante e o acolhimento de pessoas em situação de rua.“É muito importante revitalizar e abrigar a população de rua. Eu vou conversar com o governo do Estado e com a União, pois há muitos prédios públicos, para aumentar o numero de residências que pode ser A, B ou C, para classes alta, média e baixa. Temos que melhorar a iluminação, pois o Centro fica muito às escuras. A gente quer atividades culturais, abertura de teatros e museus, que precisam ser reformados, as catedrais, que aqui tem muitas”, afirmou.Da Redação
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