Diante da tentativa fascista de perseguir os professores da instituição, militantes do PCO e dos Comitês de Luta Contra o Golpe se mobilizaram para repudiá-los e combatê-los na prática. Mas, acima de tudo, os que estiveram presentes no rechaço ao MBL foram os próprios estudantes, professores e pais de alunos do Pedro II. Eles se revoltaram contra a ação fascista e revidaram na mesma moeda: expulsaram os membros do MBL, mostrando o caminho que a esquerda deve seguir se não quiser ser esmagada pela extrema-direita.
O combate ao fascismo nunca poderá ser feito somente com palavras de ordem ou atitudes genéricas. Falar em mobilizar as massas para derrotá-lo não basta. É preciso agir concretamente e não se acovardar.
Infelizmente, um setor da Frente Brasil Popular, da Tijuca (RJ), cuja posição não é compartilhada por boa parte dos membros da Frente nacional e nem mesmo dos próprios estudantes e professores da Pedro II, prefere se acovardar diante da ofensiva fascista.
Preferem capitular vergonhosamente. A FBP da Grande Tijuca afirma que a ação do PCO foi unilateral e sem prévio acordo com as organizações que buscam uma frente ampla no Rio de Janeiro. Primeiramente, a ação não foi realizada pelo PCO, mas, como explicado acima, com participação de militantes do PCO e de outros ativistas, mas especialmente de estudantes e professores do Pedro II. Em segundo lugar, o PCO não defende a construção de uma frente ampla, pois esta serve somente aos interesses da burguesia ao infiltrar elementos da direita como Ciro Gomes, Marina Silva, Fernando Henrique Cardoso, etc. dentro do movimento popular, que ficaria a reboque da política dos golpistas. O PCO convoca a uma organização independente dos trabalhadores e demais classes populares, sem a aliança com a direita e a burguesia, que são os nossos inimigos de classe e os progenitores do fascismo. Sem conciliação!
O MBL, supostamente graças à ação do PCO e dos outros companheiros que o combateram, teria saído fortalecido. Nada mais equivocado. Tal posição não é sensata nem democrática, mas covarde. O MBL teria saído fortalecido se uma política conciliadora tivesse prevalecido e não houvesse um contra-ato de rechaço à extrema-direita. Se não tivesse reação, os fascistas se sentiriam a vontade para continuar intimidando os professores no Pedro II, e, provavelmente, inclusive para invadir a escola e coagi-los de maneira mais violenta. Graças à mobilização dos professores e estudantes, o MBL foi combatido e derrotado naquele dia, tendo que fugir e percebendo que esse tipo de intimidação terá uma reação enérgica do movimento popular.
Acusam o PCO de aventureirismo, afirmando que é preciso acumular forças para, no futuro, enfrentar a direita. Esquecem-se que a história mostrou que não se pode aguardar para combater o fascismo. Se não lutamos contra ele na prática, mobilizando as massas de maneira concreta, os fascistas aumentam suas atividades até que já tenham esmagado toda a esquerda. Na Alemanha nazista e na Itália fascista foi exatamente assim.
No entanto, o PCO e os Comitês de Luta, bem como estudantes de diversas regiões do País, já acumularam experiência prática a ponto de perceberem que é possível derrotar o fascismo.
Exemplos não faltam. No 1º de maio de 2017, a extrema-direita tentou intimidar o ato em São Paulo e foi expulsa pelos militantes do PCO, correndo para se proteger atrás da PM. No Paraná, estudantes universitários também não aceitaram suas provocações e enfrentaram os fascistas na marra. Na Universidade Federal de Pernambuco, os estudantes colocaram bolsonaristas para correr na base da força, quando estes tentavam provocá-los de maneira truculenta. Em nenhum desses episódios a direita voltou a dar as caras para atacar a esquerda.
Não podemos nos curvar diante da direita fascista. É isso o que eles querem. É isso o que a burguesia que gerou o fascismo quer. É isso o que quer a Rede Globo. Eles querem que a esquerda apanhe calada até morrer. Essa é a finalidade do fascismo, a serviço da burguesia.
Todo o movimento popular deve seguir o exemplo dos estudantes do colégio Pedro II. Expulsar os fascistas das escolas, de todas as instituições de ensino e das ruas! Somente a mobilização concreta e efetiva, como a que ocorreu no Rio de Janeiro, fará a extrema-direita recuar e voltar para o seu lugar, que é a lata de lixo da história como verdadeira escória da humanidade.
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