A tentativa de isolar Lula serve à direita golpista, que procura consolidar o regime político sobre novas bases depois de derrubar Dilma Rousseff e fraudar as eleições de 2018
A luta pela liberdade de Lula tornou-se um aspecto central da luta contra a direita golpista, e, portanto, da luta dos trabalhadores contra o programa neoliberal imposto ao País pelo imperialismo e aplicado primeiro por Michel Temer, e agora por Jair Bolsonaro, depois da derrubada de Dilma Rousseff. Preso político há 525 dias, Lula pode colocar todo o regime político em xeque caso a reivindicação por sua liberdade se imponha pela força da mobilização popular nas ruas. Sua liberdade necessariamente só poderá ser fruto de uma derrota da direita, que organizou as instituições para manter Lula preso arbitrariamente. Enquanto Lula livre intervindo na política nacional seria um duro golpe para a direita.
Terça-feira (10), em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar na rádio CBN, o ex-candidato à presidência Ciro Gomes declarou, sobre a campanha pela liberdade de Lula, o seguinte: “Pergunta pro nosso povo qual é a centralidade pra 14 milhões de desempregados. Eu acho que isso não tem centralidade nenhuma”.
Ou seja, para os trabalhadores, segundo Ciro Gomes, embora ele não tenha procuração para falar em nome dos trabalhadores, nem os represente em nenhum sentido, a questão da liberdade de Lula não teria importância. No entanto, esses mesmos trabalhadores queriam, no mínimo, votar em Lula. O ex-presidente liderava todas as pesquisas para presidente em 2018, apesar de toda a campanha contra ele. Justamente porque ele é visto por amplos setores operários como seu representante dentro do regime político. De modo que, no mínimo do ponto de vista democrático mais limitado, da representação popular por meio do voto, a libertação de Lula e sua participação nas eleições é fundamental.
Ciro Gomes, com essa declaração, expressa uma política generalizada neste momento no meio de setores de esquerda ou que se apresentam como sendo de esquerda fraudulentamente, como é o caso dele mesmo. Essa política consiste em isolar o ex-presidente Lula, tirar a campanha por sua liberdade de cena, ignorar sua prisão política e fingir que Lula nem existe mais. Para Ciro Gomes, nada mais natural, já que se trata de um político direitista.
Setores de esquerda, no entanto, inclusive no próprio PT, reproduzem essa política. Tarso Genro, por exemplo, ex-governador petista do Rio Grande do Sul, foi ao Twitter declarar que uma eventual chapa para a presidência com Fernando Haddad e Flávio Dino seria uma “grande chapa”. Ou seja, a esquerda deve desde já apostar tudo nas próximas eleições. Um pleito que será controlado pela direita golpista, depois de um mandato bolsonarista inteiro de perseguição à esquerda. Um processo eleitoral que só vai acontecer em 2022. Sem uma política para enfrentar o governo golpista nem para confrontar as instituições golpistas dominadas pela direita, como é a campanha pela liberdade de Lula.
Fora do PT, há a famosa declaração de Marcelo Freixo, sobre uma eventual unidade da esquerda para lutar contra a direita, afirmando que “Lula Livre não unifica”. Ou seja, segundo o dirigente do Psol deveria haver uma frente de esquerda que não exigisse a liberdade de Lula. Que aceitasse a tramoia da direita golpista armada para perseguir a principal liderança de esquerda e a fraude das eleições de 2018. Na luta contra a direita golpista, que tinha Lula como seu principal alvo durante toda a campanha para derrubar Dilma e para fraudar as eleições do ano passado, a questão da liberdade de Lula deveria ser abandonada. A direita agradece.
Da parte da esquerda, essa política seria uma completa capitulação diante da direita golpista. Seria uma tentativa de se adaptar à situação criada pelo golpe. O golpe que visa destruir sindicatos e organizações populares e perseguir partidos de esquerda. E que visa acabar com os direitos dos trabalhadores, atacando os salários e as condições de vida da grande maioria da população do País. Além de vender o patrimônio público a preço de banana para grandes capitalistas estrangeiros. Impondo, assim, um retrocesso histórico aos trabalhadores. Não é possível adaptar-se a uma situação como essa, trata-se de uma completa destruição do País, tão danosa quanto uma guerra.
Para lutar contra esse programa de miséria generalizada e ruínas, é preciso lutar contra os golpistas. Desde a campanha para a derrubada de Dilma, a esquerda vem se organizando em um crescente movimento de resistência. É preciso manter esse movimento, que tem uma continuidade e que concentra forças no embate contra a direita. Para manter a luta contra a direita, e confrontar os golpistas, a questão da liberdade de Lula é central. O ato de hoje em Curitiba, dia 14, visa despertar uma ampla campanha em torno desse problema. É preciso derrotar de uma vez por todas o esforço para isolar Lula dentro da esquerda. Esse isolamento é uma política a serviço da direita, do golpe e do imperialismo.
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