É de largo alcance político a carta do ex-presidente Lula ao universo político-parlamentar agradecendo os esforços de parlamentares de diversos partidos que pediram que o STF suspendesse sua transferência forçada de Curitiba. Endereçada a Rodrigo Maia, líderes partidários da Câmara e d
eputados de quase todo espectro político, foi um gesto de primeira grandeza de Lula para iniciar a costura de uma frente antifascista no país.
Mauro Lopes, editor do 247 – É de largo alcance político a carta desta terça-feira (13) do ex-presidente Lula ao universo político-parlamentar agradecendo os esforços de parlamentares de diversos partidos que em 7 de agosto foram ao STF pedir a suspensão de sua transferência forçada de Curitiba. Endereçada a Rodrigo Maia, líderes partidários da Câmara e deputados de quase todo espectro político, foi um gesto de primeira grandeza de Lula para iniciar a costura de uma frente antifascista no país.
Foi cuidadosamente redigida. Se a carta tinha como objetivo explícito o agradecimento de Lula à mobilização parlamentar, as duas expressões que devem ser lidas como as mais importantes do texto são “garantias individuais” e “Estado Democrático de Direito”, bandeiras-chave da luta contra a ditadura militar no Brasil e nas frentes de luta contra os regimes fascistas ao logo da história.
Não foi uma carta para a esquerda ou centro esquerda. Foi uma carta a praticamente todo o especto político do país, exceto a extrema-direita. Examinando-se com cuidado os destinatários, é imediata a lembrança da base parlamentar que sustentou os governos de Lula.
Eis os destinatários nominados por Lula: Rodrigo Maia (DEM), Marcos Pereira (PRB), presidente e vice da Câmara, e os presidentes de partidos, líderes ou vice-líderes das bancadas: Tadeu Alencar (PSB), Fábio Ramalho (MDB), Arthur Lira (PP), André Figueiredo (PDT), Luiza Erundina (PSOL), Fábio Trad (PSD), Rubens Bueno (Cidadania), Paulinho da Força (Solidariedade), Paulo Pimenta (PT), Daniel Almeida (PC do B), Wellington Roberto (PL), Bacelar (Podemos), Jandira Feghali (PC do B), Alessandro Molon (PSB), Gleisi Hoffmann (PT), Carlos Lupi (PDT).
Lula fez questão de dirigir-se a parlamentares de “diversos outros partidos que compõem a Câmara dos Deputados”, num gesto de amplitude ainda maior.
Quem ficou de fora? O PSL de Bolsonaro, alguns pequenos partidos satélites, o PTB, o Novo e o PSDB. Lula lançou-os num grande isolamento político.
Em sua carta, Lula sinaliza qual é o espectro político que pretende unir para a saída da atual crise do país e na oposição a Bolsonaro. Há, dentre os destinatários, parlamentares que apoiaram o golpe contra Dilma e mesmo a perseguição e condenação de Lula. Mas o ex-presidente não faz política com o fígado, e sim com a cabeça e o coração de olhos postos no país.
O cumprimento final é igualmente significatico: “Saudações Democráticas”
Veja a carta assinada por Lula:
Assista agora à leitura da carta feita por Gleisi Hoffman no plenário da Câmara. Na foto que ilustra este artigo, o momento em que Gleisi e outros parlamentares entregaram a carta, nesta terça ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
O vídeo:
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