As três diretrizes da mídia para a eleição
Com o fechamento das coligações partidárias e o registro das chapas nesta quarta-feira (15), o Brasil ingressa de vez no debate sobre a sucessão presidencial.
Serão apenas 55 dias de campanha, no processo eleitoral mais curto da história recente do país.
Após o golpe parlamentar-judicial-midiático que depôs Dilma Rousseff e levou ao poder a quadrilha de Michel Temer e, ainda, da prisão política do ex-presidente Lula, o maior líder popular da história brasileira, a eleição é uma total incógnita.
Como irá se comportar a mídia monopolista, controlada por sete famílias, neste processo?
Apesar dos abalos recentes no seu modelo de negócios, como indicam as cruéis demissões no Grupo Abril, a mídia segue com enorme protagonismo na sociedade.
É o maior partido da direita, do capital, no Brasil.
Uma diretriz editorial ela já definiu.
Não aceita, de jeito nenhum, a candidatura do ex-presidente Lula.
A Folha golpista, em recente editorial, decretou – substituindo o Judiciário e pautando seus ministros – que o líder petista não deve ser candidato.
Já a revista IstoÉ, que muitos chamam carinhosamente de QuantoÉ, estampou na capa da edição da semana passada que “Lula não poderá ser candidato”.
A Veja, o detrito de maré do império decadente da Abril, também já oficializou esta decisão.
E o Grupo Globo, que de fato manda na mídia brasileira, faz de tudo para esconder Lula no cárcere de Curitiba.
Transformou o ex-presidente em um desaparecido político, como na época da ditadura militar.
Uma segunda diretriz editorial também parece já definida.
A mídia golpista vai de Geraldo Alckmin, o picolé de chuchu que não decola. Foi o que restou para ela, depois de várias tentativas de lançar outsiders.
Nas suas redes sociais, a Veja até já estampou a foto do candidato tucano.
O Estadão manifestou apoio em editorial.
E a TV Globo evita dar destaque às inúmeras denúncias de corrupção contra o tucanato de São Paulo.
Dersa, trensalão, merenda escolar e outras sujeiras são abafadas.
Alckmin é um Santo – conforme seu apelido nas planilhas de propina da Odebrecht.
Já a terceira diretriz editorial ainda está confusa.
A mídia golpista não sabe como tratar a sua mais famosa criatura, Jair Bolsonaro.
O fascista foi chocado pela mídia, com sua criminalização da política e sua escandalização da violência no país.
O medo e a insegurança projetaram politicamente o ex-capitão amante da ditadura, da tortura e do ódio.
Para viabilizar a ida ao segundo turno do picolé de chuchu, a direita extremada precisará tirar do esgoto as sujeiras e inconsistências de Jair Bolsonaro.
A indicação de Ana Amélia, ex-funcionária da Globo, para vice de Alckmin visa exatamente disputar o voto desta direita insana.
Mas se desgastar muito o fascista, a eleição tende a ser entre a direita e a esquerda.
A mídia ainda teme esse cenário.
Teme perder pela quinta vez uma eleição presidencial.
Para ela, o cenário ideal seria o da disputa entre a direita extremada (Alckmin-Ana Amélia) e a extrema-direita (Bolsonaro-Mourão).
As próximas semanas ajudarão a definir a terceira diretriz editorial do partido único da mídia. A conferir!