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Dilma Vana Rousseff, 70 anos, vítima da ditadura militar quando jovem e, em 2016, afastada da Presidência da República sem ter cometido crime de responsabilidade algum. Apesar dos momentos difíceis que enfrentou na vida, ela parece não se envergar, como deixou explícito na entrevista que concedeu a Aloizio Mercadante, estreando o programa “Brasil Primeiro”, que será apresentando pelo ex-ministro. Cantarolando uma canção que expressa toda a sua mineiridade, ela reafirma sua candidatura ao Senado por Minas Gerais e reflete: “o golpe de 64 me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu”.

Dilma Rousseff, que tem participado de várias palestras e debates no exterior a respeito do golpe de 2016, explica o significado do Estado de exceção seletivo. “Ao aposto do ocorrido na ditadura, onde todas as instituições estavam suspensas, no Brasil de 2016 vivemos um novo tipo de golpe e que, ao contrário de que alguns apontaram, não tem nada de soft (suave)”, elucida.

Mentor do golpe: Mercado financeiro

“O golpe de 2016 é fruto do domínio bastante perverso do chamado Mercado, que possui um desenvolvimento econômico extremamente financeirizado. Se no passado a árvore da democracia na ditadura militar era cortada pelo machado, neste novo tipo de golpe ela corroída por parasitas e fungos perigosíssimos”, observa Dilma Rousseff.

Executor do golpe: judiciário 

A respeito das arbitrariedades que acometem Lula, ela considera que o episódio do habeas corpus negado ao ex-presidente só agrava o Estado de exceção. “Mesmo considerando que o mercado é o grande sujeito, o executor tem sido segmentos do judiciário”, aponta a presidente legítima.

Dilma Rousseff afirma que o Estado de exceção se inicia com a blindagem da Operação Lava Jato, que tinha prerrogativas até para grampear Presidentes da República, e que a situação de ilegalidade se agrava. “Um dos princípios fundamentais do Estado democrático de direito, é que todos são iguais perante a lei, diante disso é fundamental que a justiça seja imparcial, ela não pode julgar conforme a cara do freguês”, defende.

Referente ao habeas corpus expedido ao ex-presidente Lula pelo desembargador Rogério Favreto e vetado pelos desembargadores do TRF-4 Thompson Flores e Gebran Neto, Dilma Rousseff considera que tentam inverter a situação colocando a culpa em Favreto. “Ele agiu corretamente ao conceder o habeas corpus a Lula. A lei é clara, ao plantonista cabe essa atribuição de competência”, ressalta.

E acrescenta: “O judiciário antigamente possuía uma fachada, após o último episódio envolvendo Lula, eles escancaram a perseguição ao ex-presidente para que ele não seja candidato”, expõe a presidente legítima.

“Sou candidata ao Senado”

A presidente legítima Dilma Rousseff aceitou o desafio do Partido dos Trabalhadores (PT) e irá se candidatar ao Senado pelo estado de Minas Gerais. Natural de Belo Horizonte, no passado ela teve que sair da sua terra para sobreviver ao período da Ditadura Militar.

Dilma Rousseff afirma que Minas é um Estado estratégico. “Lá se encontram os autores do impeachment, que criaram as condições para que o governo mais corrupto da história governasse o País. Essa aliança entre o PSDB e o MDB é a responsável por toda a destruição que vivemos no Brasil”, denuncia.

Ela ressalta que, mesmo tendo passado pelo processo de impeachment ilegítimo e precisar de descanso, não irá interromper suas atividades políticas “enquanto o Brasil não retomar a saúde” e salienta: “Não posso ter um pouco de repouso enquanto o Brasil não retomar o crescimento”.

A presidente legítima conclui a entrevista citando a música de Lô Borges que, para ela, resume a sensação de pertencimento ao Estado. “Sou do mundo, sou Minas Gerais” e conclui: “O golpe militar me tirou de Minas, o de 2016 me devolveu, e que esse último golpe tenha um tempo de duração muito curto”.

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