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Por Camila Alvarenga, do Opera Mundi – No programa 20 MINUTOS ENTREVISTA desta segunda-feira (09/05), o jornalista Breno Altman entrevistou o economista Paulo Nogueira Batista Jr., que foi o representante brasileiro no Fundo Monetário Internacional, além de vice-presidente do Banco dos BRICS, sobre a reindustrialização brasileira.

Ele lembrou que até a crise da dívida externa, nos anos 80, o Brasil era referência em crescimento econômico, “mas acabou sendo dominado por uma agenda regressiva”. Segundo o economista, o país acreditou “na propaganda enganosa” de que a acumulação de dívida externa era viável e poderia confiar na oferta de capital externo para crescer. 

Somado a isso, “os governos, incluindo do PT, caíram na tentação da taxa de câmbio desvalorizada”, o que valorizou a exportação — e, portanto, o crescimento do setor agropecuário —, mas prejudicou a industrialização, por encarecer a importação, por exemplo, de máquinas.

“Você tem uma sociedade no Brasil que é urbana desde o século 20. Uma sociedade urbana não pode ter como locomotiva o setor extrativista, que não consegue gerar empregos suficientes ou necessários, nem comandar a economia. Quando os governos negligenciaram levar a cabo uma estratégica industrial, cometeram um equívoco. Os próprios governos de Lula e Dilma deixaram a desejar nesse sentido, principalmente no que diz respeito à taxa de câmbio e sua flutuação”, defendeu Batista Jr.

Ele ponderou que um setor extrativista interno é importante, mas a industrialização não pode ser preterida. Na opinião do economista, faltou um equilíbrio entre manter uma taxa de câmbio favorável ao setor agroexportador e segurar flutuações dramáticas que desestimularam os investimentos. “Foi uma jogada da elite brasileira que não tem capacidade de pensar por conta própria e aí ficamos à reboque dos mercados internacionais”, reforçou.

Para Batista Jr. a reindustrialização é inevitável, além de ser uma tendência mundial. Ele argumentou que, com a pandemia e a guerra na Ucrânia, as nações se deram conta da fragilidade de cadeias de produção longas, “é melhor internalizar e regionalizar, focando em setores estratégicos”.

No Brasil, o economista acredita que já caminhamos para um regime mais sustentável, com o câmbio flutuante sendo administrado pelo Banco Central. “Mas falta uma intervenção pública mais pesada para garantir estabilidade, sem anunciar metas, para não ficar vulnerável”, acrescentou.

Ele também acredita que seria importante para o país ter uma conta de capitais mais fechada, como faz a China, para evitar movimentos desestabilizadores de entrada e saída brusca de capitais. “Também temos que construir um arsenal de proteção: câmbio protegido, reservas altas, controles pontuais do fluxo de capital e controle da flutuação”, enumerou.

Batista Jr. celebrou que Lula já tenha como bandeira central de sua candidatura esse processo, reconhecendo os setores estratégicos para reconstruir o parque industrial nacional, com uma estratégia capitaneada pelo Estado.

Política externa e combate à desigualdade

Por sorte, para o economista, o cenário atual é relativamente favorável para a retomada desse processo, em grande parte porque a situação da economia externa brasileira é melhor do que era há 20 anos. 

“Não que o quadro atual seja positivo, mas do ponto de vista da economia externa, em parte por medidas tomadas durante os governos petistas que não puderam ser desfeitas por [Michel] Temer e [Jair] Bolsonaro, temos um país menos fragilizado do que em 2002, por exemplo, quando Fernando Henrique Cardoso nos deixou com reservas baixas, necessidade de recorrer ao FMI, etc. Hoje temos um bom nível de reservas, não recorremos ao FMI, o Banco Central tem bala na agulha. Essas são coisas importantes”, comemorou.

Todos esses fatores servem para dar segurança externa à economia brasileira, inclusive as reservas não deveriam ser usadas para retomar a industrialização. 

Batista Jr. também citou a integração latino-americana como fundamental para que “o Brasil não fique a reboque da iniciativa de outros países”. Assim, como o especialista acredita ser necessário participar da nova rota da Seda, ele falou sobre a importância de construir uma rota de integração com os aliados, como “a nova rota da Boa Esperança”, realizando um projeto de desenvolvimento em cooperação com a América Latina, Caribe, mas também com a África.

Já do ponto de vista interno, as políticas econômicas também deverão levar em consideração o combate à desigualdade, na opinião do economista.

“Precisamos distribuir renda, aumentar salários e ter isso como objetivo central porque a desigualdade nos condena ao subdesenvolvimento. Um país não pode se desenvolver com o grau de desigualdade que nós temos. Além de que uma política de desenvolvimento voltada para o combate da pobreza e miséria vai inclusive beneficiar as empresas. E se tem uma classe média que se incomoda em ver a qualidade de vida da população melhorando, ela tem que ser vencida porque é fonte de atraso permanente para o país”, discorreu.

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