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Daniel Iliescu.
Em um país marcado pela desigualdade, o acesso à Educação pública significa, na realidade de grande parte da população, o sagrado direito de “ter alguma chance na vida”, um emprego digno e condições de vida razoáveis.
Em um país marcado pela desigualdade, o acesso à Educação pública significa, na realidade de grande parte da população, o sagrado direito de “ter alguma chance na vida”, um emprego digno e condições de vida razoáveis.

É esta perspectiva de um futuro melhor, nos sonhos de milhões e mais milhões de brasileiras e brasileiros, que é atacada covardemente pelo governo lesa-pátria de Jair Bolsonaro e de seus despreparados ministros da Educação, Abraham Weintraub e da Economia, Paulo Guedes.
O enorme corte de bilhões de reais dos orçamentos das universidades e institutos federais soma-se:
ao corte monumental anunciado no Fundeb, que atingirá fatalmente o financiamento das redes estaduais e municipais de Educação (já abalado pela criminosa Emenda do Teto de Gastos);
aos cortes de milhares de bolsas de pesquisa na graduação e na pós-graduação e à sabotagem da ciência e tecnologia nacionais;
às ameaças de não investimento nas ciências humanas (especialmente a Filosofia e a Sociologia);
aos ataques às políticas educacionais desenvolvidas nos últimos anos como as Cotas e a Educação Inclusiva; além da injustificável perseguição aos profissionais da Educação, seja com a cassação de seus direitos, como nas Reformas Trabalhista e da Previdência, seja com o constrangimento de sua garantia constitucional às liberdades de pensamento e de cátedra.
O presidente Bolsonaro cada dia mais revela-se inimigo do Brasil e da Educação de todos (de seus opositores e de seus eleitores).
Partiu dos estudantes mais este grito de coragem e rebeldia. Espalhados por todos os cantos do país, eles fizeram um chamado à consciência nacional e deram o tom da justa indignação em grandes assembleias e manifestações de rua.
Os sindicatos de trabalhadores da Educação pública e privada, além de inúmeras entidades, movimentos e lideranças acadêmicas e políticas reforçaram este sentimento de unidade em defesa da Educação e do Brasil.
Neste 15 de maio, diante de nós, uma oportunidade e um desafio:
Juntarmos muita gente nas ruas de nosso país para defender a Educação dos cortes e das maldades do governo federal e, ao mesmo tempo, dialogarmos com a maioria do Brasil,  despertarmos os corações e as mentes da ampla maioria do nosso povo para resistir não só ao sucateamento da Educação brasileira, mas também a este projeto de boicote do Brasil, que, infelizmente, é o compromisso de Bolsonaro e companhia, mas, felizmente, não é o de milhões de brasileiros que o elegeram.
Prejudicar estudantes e professores é ir contra o Brasil! Não investir em Educação é condenar o povo à miséria e à barbárie!
Como participar do 15M e ajudar a defender a Educação brasileira?
Junte e organize colegas estudantes, professores, diretoras, merendeiras, zeladores, mães, pais, responsáveis, todas e todos que são ligados à sua universidade, escola ou creche, para explicar a toda a comunidade os motivos deste 15 de maio;
Realize abaixo-assinados, panfletagens, jograus, aulas públicas, dinâmicas pedagógicas, brincadeiras e outras iniciativas para chamar atenção da população para nossas opiniões;
Informe-se aonde e a que horas será a manifestação unitária na sua cidade e mobilize seus amigos, colegas e familiares (em Petrópolis, por exemplo, será 17h na Praça dom Pedro; no Rio, a partir das 15h na Candelária…);
Leve seus cartazes, suas bandeiras, suas camisas e adesivos em defesa da Educação e manifeste suas ideias e as ideias do movimento ou entidade que você participa;
Leve um livro, símbolo maior das soluções que propomos para os reais problemas do nosso país;
Converse, fale com todos e escute o que as pessoas tem a dizer. Precisamos de todas e todos, sem exceção. O diálogo é nossa grande arma nesta luta por uma sociedade pacífica, desenvolvida, justa e realmente educada.
Dia 15 de maio defenda a Educação e ajude a mudar os rumos do Brasil!
*Daniel Iliescu é professor e sociólogo. Foi presidente da UNE entre 2011 e 2013 e hoje preside o PCdoB em Petrópolis-RJ