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Em entrevista exclusiva, ex-presidente nacional do PT afirma que os padrões de Defesa Nacional “estão superados”

O ex-deputado federal José Genoíno (PT). Foto: Valter Campanato/ABr

O Brasil precisa de um projeto estratégico com visão de futuro, e isso vai exigir que o papel de diversas instituições seja revisto – e, no caso das Forças Armadas, isso significa sua refundação, na visão do ex-deputado federal e ex-presidente nacional do PT, José Genoíno.

“As Forças Armadas brasileiras estão destituídas de qualquer autoestima para cuidar da Defesa do Brasil”, afirma Genoíno, em entrevista exclusiva aos jornalistas Luis Nassif e Marcelo Auler na TV GGN 20 horas nesta quarta-feira (13/04).

E Genoíno ressalta: as Forças Armadas precisam ser refundadas. “Os padrões de Defesa Nacional estão superados. Inimigo interno? Guerra cultural? Guerra revolucionária? Lei e Ordem? Isso são conceitos que não valem nada, estão superados. E a própria crise da guerra da Ucrânia está indicando isso”, diz José Genoíno.

Sobre o processo de militarização do país, escancarada durante o governo Bolsonaro, Genoíno afirma que ela teve início bem antes: em 2014, “quando o inominável lançou sua campanha na AMAN, quando o Alto Comando do Exército botou generais para controlar o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal)”.

O ex-deputado destaca ainda a intervenção militar no Rio de Janeiro, quando os militares ocuparam 8 mil cargos dentro da estrutura federal. “Quando esses generais ocuparam as estatais, garantiram a previdência corporativa”, afirma Genoíno.

E mesmo com todo o dinheiro garantido, os militares ainda querem mais dinheiro, como destacado por artigo publicado por um dos generais a respeito da guerra da Ucrânia.

“Quer dizer, (as Forças Armadas) já tem 2% do Orçamento e quer mais dinheiro. Qual o projeto? Qual é a prioridade?”, pontua Genoíno. “Portanto, as Forças Armadas estão ocupando um Estado, militarizando um governo sem projeto. E o país não tem um projeto de futuro”.

Como o Brasil não possui contencioso militar para atuar em uma guerra, Genoíno ressalta que o país precisa construir o que se chama de poder soft (o conceito de soft power).

“Não é o poder de agressão, é um poder de negociação, de projeção. E nós perdemos essa condição quando saímos dos BRICs, quando destruímos a Unasul e o Conselho de Defesa Sul-Americano e como viramos um país vassalo dos EUA”, diz Genoíno.

Veja mais sobre o tema na entrevista exclusiva com José Genoino, na íntegra da TV GGN 20 horas. Clique abaixo e confira!

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