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Wagner Romão, da Unicamp, acredita que atual presidente não crescerá mais nas pesquisas, pois enfrenta alta rejeição

Publicado 14/03/2022 – 11h32Clauber Cleber Caetano / Ricardo StuckertA última edição da pesquisa Ipespe divulgada na sexta-feira (11) mostra que Lula se mantém na frente, com 43% das intenções de votos nas três últimas divulgações09

São Paulo – As últimas pesquisas eleitorais mostram que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual, Jair Bolsonaro (PL), estão consolidados na disputa pela Presidência da República. Já a chamada “terceira via”, com Ciro Gomes (PDT) e Sergio Moro (Podemos), não deve avançar e apenas terá candidatos brigando por 10% do eleitorado. A análise é do professor de Ciência Política Wagner Romão, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

A última edição da pesquisa Ipespe, divulgada na sexta-feira (11), mostra que Lula se mantém à frente, com 43% das intenções de votos nas três últimas divulgações, enquanto Bolsonaro avançou na margem de erro, para 28%, mas mostra trajetória de ascensão. Já Ciro e Moro empatam com 8%. Na leitura do cientista político, o atual presidente cresce a conta gotas, freado pela alta rejeição.

“Há um pequeno crescimento para o atual presidente, mas ele ainda mantém uma rejeição muito alta, acima dos 60%. A pesquisa mostra que a margem dele está consolidada, onde não cai, mas também não sobe nas intenções de voto. Enquanto isso, Lula se mantém acima dos 43%, sem mudar muito”, analisou. “Já na terceira via, é possível que haja desistência. Ciro é pressionado a abandonar a disputa e Moro é uma figura rejeitada pela esquerda e também pelos bolsonaristas. Então é difícil que eles cresçam acima dos 10%, ficando competindo apenas entre si”, afirmou ao jornalista Rodrigo Gomes, da Rádio Brasil Atual.

Candidatura de Lula

Lula lançará a sua pré-candidatura à Presidência da República no começo de abril, após o fim da janela partidária. O evento deverá ser realizado no próximo dia 9 – data próxima à da prisão do petista em 2018, que será lembrada após esses quatro anos. A intenção é que seja um grande evento. Entre os possíveis locais, a praça Charles Miller, em frente ao estádio do Pacaembu, ou a Praça da Sé, marco zero de São Paulo e local histórico de manifestações, incluindo a das Diretas Já, de 1984. As informações são do Brasil de Fato.

“Assim que Lula saiu da prisão e reconquistou seus direitos políticos, é aguardada essa candidatura. Há um clima pela reconstrução do país e o comício com essa simbologia remete ao tempo de conquista da democracia, na década de 80. O Brasil precisa retomar essa carga simbólica de defesa do país e da democracia”, avaliou Wagner Romão.

O cientista político da Unicamp também comentou sobre as alianças políticas de Lula, como as conversas com políticos de centro e a escolha de Geraldo Alckmin para ser seu vice. Para Romão, o ex-presidente é um “hábil negociador” e busca um campo amplo para combater o bolsonarismo e abrir portas para negociações.

“É muito difícil vencer eleições no Brasil sem acenar para o centro. O momento é de reconstrução, depois da destruição de Temer e Bolsonaro. Portanto, o petista se posiciona dessa forma para reverter essa situação. Bolsonaro se elegeu sob o manto falso da antipolítica, mas o momento exige negociações política para articular um programa de desenvolvimento e colocar o Brasil no rumo certo”, afirmou.

Confira a entrevista

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