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Em entrevista ao vivo à TV 247 na manhã desta quarta-feira 14, o ex-presidente Lula diz esperar que em algum momento o Supremo Tribunal Federal julgue o mérito do processo do triplex no Gurujá, pelo qual foi condenado em segunda instância.

“Fui vítima de uma manchete da Globo”, diz ele. Em referência ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato, Lula destacou que a acusação teve como base “a convicção de um menino, que ficou uma hora falando de um power point”.

Questionado sobre mobilização da população e da militância, Lula disse que não irá convocar as pessoas para ir às ruas e afirmou estar “tranquilo, com a tranquilidade dos inocentes”.

Sobre o fato de a ministra Cármen Lúcia, presidente do STF, não colocar em votação a questão da segunda instância, Lula comentou: “quem diz que o PT faz pressão e que os blogs fazem pressão é quem faz pressão”. O ex-presidente disse também que “nunca pediu favor a nenhum ministro e nem vou pedir”.

“O caso de ser o Lula o motivo não pode ser motivo para se votar de forma atabalhoada nem de não votar”, destacou. “Uma hora eles vão agir. O STF não pode perder credibilidade”, completou.

Lula contou como foram feitas suas escolhas para o Supremo, quando foi presidente da República, e quais critérios usava para indicar ministros. “Todos passaram pelo crivo do Senado. As pessoas pode mudar, diante da pressão”.

“A Suprema Corte não pode ser vítima de pressão, ela tem que funcionar como garantia da Constituição. Depois dela, você não tem mais a quem recorrer. Então tem que ter muita responsabilidade, porque você pode ou condenar ou inocentar”, destacou.

Lula diz que sua “força vem de duas mulheres”. “Da minha mãe e da Marisa”. “Minha mãe saiu de casa com oito filhos e tinha uma autoestima que passou pra mim. E a Marisa, cada vez que eu perdia uma luta, ela me incentivava a continuar. Daí é que vem a minha tranquilidade”, afirmou.

Sobre o governo dos Estados Unidos, Lula foi taxativo: “O Brasil tem um problema maior do que o Trump, que é a elite brasileira. A palavra é lambe-botas. Eu nunca vi uma elite tão lambe-botas como essa em relação aos EUA”.

“O Brasil não tem que pedir favor aos americanos, tem que ir lá e fazer. Tem um potencial extraordinário”, prosseguiu. “Eu defendo a construção de um acordo estratégico com a Rússia e a China. E se os americanos quiserem, eu também defendo. O que eu não aceito é subordinação. Eu não sou maior do que ninguém, mas também não me peça para ser menor”, acrescentou.