Com um enredo que começou com a crítica sobre o fim da escravidão, trazendo a questão para os dias de hoje, com a falta de trabalho e a perda de direitos em decorrência do golpe, o desfile na primeira noite da Sapucaí foi um cara na tapa da Globo.
Isso porque mostrou, com transmissão ao vivo da emissora, um Michel Temer vampiro e endinheirado e um grito de ‘Fora, Temer’ no encerramento, além da crítica às manifestações pelo impeachment de Dilma que foram tão incentivadas pela emissora.
Confira relatos publicados no Facebook:
Por Kátia Gerab Baggio
Parabéns ao Paraíso do Tuiuti!
O samba-enredo e o desfile foram um tapa na cara das direitas brasileiras — e da Rede Globo —, com sua defesa explícita da CLT e da Previdência Social.
No enredo da Tuiuti, as precárias condições de vida dos negros e pobres, e a destruição dos direitos trabalhistas e sociais, significam o atual cativeiro social.
E o último carro foi sensacional, com os representantes do grande capital, os rentistas do mercado financeiro, os batedores de panela de verde e amarelo, os médicos que se insurgiram contra o “Mais Médicos” e o “Vampiro neoliberalista”!
Como disseram os carnavalescos, o samba-enredo e o desfile foram um “grito de resistência”!
Para mim, a escola campeã de 2018!!!
P.S.: E meus parabéns ao carnavalesco Jack Vasconcelos!
Por Pio Redondo
A Paraíso do Tuiuti arrasou, com imensa adesão do público. Fez história, porque está tendo imensa repercussão aqui e no mundo todo.
O enredo começou questionando o fim real da escravidão, abriu o desfile com negros algemados e trouxe a crítica para os dias de hoje.
Favelas, falta de trabalho, trabalho escravo no campo e as perdas de direitos imposta pelo golpe.
Não poupou nada: Temer vampiro endinheirado, paneleiros e patos e amarelinhos manipulados pelos ricaços. Até neoliberalismo pintou.
No final, um integrante com um Fora Temer.
Ousadia pura, como nunca antes, e na tela da Globo.
O samba começa assim:
“Irmão de olho claro ou da Guiné
Qual será o seu valor? Pobre artigo de mercado
Senhor, eu não tenho a sua fé e nem tenho a sua cor
Tenho sangue avermelhado
O mesmo que escorre da ferida
Mostra que a vida se lamenta por nós dois
Mas falta em seu peito um coração
Ao me dar a escravidão e um prato de feijão com arroz”.