A nova estratégia de segurança nacional dos EUA divulgada pela Casa Branca fortalece uma tese sobre a qual venho martelando há anos.
Os americanos vêm usando o pretexto do combate à corrupção, como instrumento da CIA para desestabilizar governos no mundo todo e na América Latina, especialmente o Brasil.
Em fevereiro de 2015 publiquei artigo no Brasil 247 intitulado “Pedir ajuda ao FBI sobre a Petrobras? Isso é possível numa nação soberana?”
Nele questionava a visita de Rodrigo Janot e procuradores da Lava Jato aos EUA, cujo objetivo segundo a mídia golpista à ocasião era “pedir apoio das autoridades americanas nas investigações sobre fraudes na Petrobras”.
Como assim? Indagava. A PF entrou em recesso?
Janot vai providenciar a gravação das conversas com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, a Agência Federal de Investigação (FBI) e a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que fiscaliza o mercado de capitais americano, para conhecimento dos brasileiros?
Na agenda do grupo de traidores entreguistas constava encontro com todos estas instituições do governo americano.
Janot e a força tarefa da Lava Jato agiram abertamente e sem pudor – ao contrário de outros que atuaram nas sombras para levar Getúlio ao suicídio, derrubar Goulart e mandá-lo ao exílio.
Para facilitar o bote, que hoje vemos mais claramente, levaram de mão beijada aos EUA informações sobre o funcionamento da Petrobras, subsidiárias, e pré sal.
Que interesse tinha a Justiça brasileira de passar dados confidenciais de processos nossos para a Justiça americana? Hoje enxergamos: ajudá-los a nos roubar oficialmente bilhões de dólares como indenização por prejuízos mal explicados – direitos negados a acionistas brasileiros e à própria Petrobras.
Agora, neste início de 2018, sem meias palavras, a Casa Branca deixa bem claro, em documento sobre Segurança Nacional, como as investigações de corrupção em outros países, como a Lava Jato, podem ser usadas como armas letais contra os interesses econômicos do Brasil e de outras nações.
“Os instrumentos econômicos – incluindo sanções, medidas de combate à corrupção e ações de execução empresarial – podem ser importantes para dissuadir, coagir e restringir a ação de adversários”, diz o documento americano.
A desnacionalização de estatais brasileiras, a destruição de nossas grandes empreiteiras, o desemprego de milhares de engenheiros e trabalhadores das áreas petrolífera, indústria naval e construção civil… tudo isso teve o dedo dos EUA. A confissão está assinada.