Trabalhadores destacam preocupação com o futuro após a declaração de inconstitucionalidade da lei que garantia os empregos no DF
Paralelamente à expectativa de privatização da Rodoviária do Plano Piloto e aos possíveis impactos para permissionários, ambulantes e usuários, outro fantasma assombra cerca de 5 mil famílias no Distrito Federal: a substituição dos cobradores de ônibus pela automação. O tema foi abordado na última terça-feira no plenário da Assembleia Legislativa do DF, por meio de audiência pública promovida pelo Vice-Presidente da Casa, o Deputado Distrital Ricardo Vale (PT).
O encontro reuniu para debate a Secretaria de Mobilidade do GDF, a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana (CTMU) da CLDF, o Sindicato dos Rodoviários do DF e representantes dos cobradores. Os trabalhadores expuseram seus receios e questionaram os planos do Executivo, principalmente com a declaração de inconstitucionalidade da lei nº 9.868/1999, de autoria do ex-deputado Paulo Tadeu, que garantia os empregos da categoria. A decisão ocorreu em setembro, após questionamento do GDF feito ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Para Ricardo Vale, é necessário antecipar o problema e buscar alternativas para garantir o trabalho dos cobradores. “Pensar em retirá-los do sistema é deixar os usuários desassistidos, uma vez que eles são fundamentais no suporte para os passageiros e para os motoristas, que precisam estar focados no trânsito. A questão social é muito importante, então não é admissível falar em desempregar 5 mil trabalhadores”, asseverou o parlamentar.
A cobradora Vanusa Camila observou que é um erro pensar em substituir os trabalhadores pela automação e que muitos não podem, depois de décadas no sistema, simplesmente mudarem de profissão: “Peço aos parlamentares que tenham a empatia de olhar para os pais e mães de família, acima da economia”, afirmou.
O Secretário de Transporte e Mobilidade, Flávio Murilo Gonçalves Prates de Oliveira, agradeceu pela oportunidade de conversar sobre o tema e garantiu que, no momento, a substituição dos cobradores não está nos planos do GDF. No entanto, afirmou que há tratativas sobre a absorção da mão de obra quando todas as empresas estiverem prontas para automação. Apesar da sinalização, o deputado Ricardo Vale propôs uma reunião em fevereiro para a criação de um comitê que acompanhe esse debate, garantindo que os cobradores se sintam mais seguros no processo de automação do sistema.
Comunicação Ricardo Vale (PT)
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