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Para a coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, Ana Pimentel (PT-MG), “modelo impacta especialmente aqueles que já são mais sobrecarregados, como mulheres e pessoas negras”

Bancada feminina do PT apoia a PEC prevê o fim da escala de trabalho 6×1 para as trabalhadoras

Com o debate da Proposta de Emenda à Constituição (PEC), proposta pela deputada federal Erika Hilton (PT-SP), que prevê o fim da escala de trabalho 6×1 — seis dias de trabalho para um de descanso, a sociedade brasileira se viu diante de uma realidade que atinge milhões de mulheres e homens: a completa sobrecarga de trabalho e a falta de tempo para realização de tarefas como estudos, ida a médicos, tempo com a família, lazer e ócio. 

Para a deputada federal e coordenadora da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher da Câmara dos Deputados, Ana Pimentel (PT-MG) , o sistema de trabalho 6×1 impõe uma carga excessiva aos trabalhadores, dificultando o acesso a um descanso adequado, à convivência com a família e a oportunidades de lazer e crescimento pessoal: “Esse modelo impacta especialmente aqueles que já são mais sobrecarregados, como mulheres e pessoas negras. Em junho, assinei a PRC pelo fim dessa jornada dessa jornada por acreditar que é fundamental avançarmos rumo a condições de trabalho mais dignas e humanas. A resistência da direita bolsonarista a essa mudança representa mais um retrocesso, e evidencia o descaso deles com a população.”

O tema do trabalho, marca característica do Partido dos Trabalhadores e das Trabalhadoras, sempre esteve presente nos debates propostos pela legenda. Prova disso é que, em 2015, o senador Paulo Paim (PT-RS) apresentou a PEC 148 – que prevê a redução da jornada dos trabalhadores de forma escalonada até chegar às 36 horas semanais – bem como o deputado federal Reginaldo Lopes (PT-MG) que, em 2019, apresentou a PEC 221, e também propõe a redução das atuais 44 horas semanais para 36 horas.

Até o momento, a PEC conta com 134 assinaturas; para avançar na Câmara é preciso que haja 171 assinaturas. As deputadas petistas Gleisi Hoffmann (PT-PR), Maria do Rosário (PT-RS), Ana Paula Lima (PT – SC), Ana Pimentel (PT – MG), Benedita da Silva (PT – RJ), Camila Jara (PT – MS), Carol Dartora (PT – PR), Dandara (PT – MG), Delegada Adriana Accorsi (PT – GO), Denise Pessôa (PT – RS), Dilvanda Faro (PT – PA), Elisangela Araujo (PT – BA), Erika Kokay (PT – DF), Jack Rocha (PT – ES), Juliana Cardoso (PT – SP), Luizianne Lins (PT – CE), Natália Bonavides (PT – RN), e Reginete Bispo (PT – RS) assinaram a PEC que defende a redução da escala de trabalho, evidenciando o compromisso das companheiras com o tema e com a vida das mulheres.

A deputada federal (PT-PR) e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, gravou mensagem para a classe trabalhadora brasileira, onde defendeu o respeito a essas pessoas e reafirmou a posição do partido na luta por melhores condições de vida para os trabalhadores e trabalhadoras: “Há muito tempo diversos países têm discutido sobre redução da jornada de trabalho e a necessidade de equilíbrio entre o pessoal e o profissional. Aqui no Brasil começou um movimento pelo fim da escala de trabalho 6×1. Em 2019, o companheiro Reginaldo Lopes apresentou a PEC 221. Agora, o movimento Vida Além do Trabalho está reforçando o assunto, e a deputada Erika Hilton apresentou um novo texto que 79 deputados assinaram. Inclusive, a classe trabalhadora merece respeito e condições de trabalho mais justas e dignas porque a escala 6×1 tira o direito do lazer e do entretenimento, do tempo com a família, do autocuidado e até dos estudos. O PT é contra a exploração do trabalhador. Somos contra a proposta da extrema direita de exploração.”

No X, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) também se manifestou a respeito do tema: “A PEC 6X1 pode sim alterar o regime de carga horária. PEC é uma emenda Constitucional, portanto com poder maior sobre todo e qualquer “acordo” de convenção. Não se pode aceitar que a pressão sobre quem trabalha impeça avanços. Cabe a uma PEC e mesmo à lei. 6X1 é por uma vida melhor e para abrir postos de trabalho e caminhos para o desenvolvimento”

A deputada federal pelo Distrito Federal, Erika Kokay (PT-DF), relembrou o defesa da redução da jornada de trabalho é uma pauta oriunda do PT: “Apoio a PEC de  @ErikakHilton  pelo fim da escala 6×1 e também as proposições de parlamentares do @ptbrasil, os valorosos @paulopaim e @ReginaldoLopes, e que já tramitam no Congresso Nacional, pela redução da jornada de trabalho. Afinal de contas, essa é uma pauta histórica nossa!”

 Mulheres: as mais afetadas com a escala 6×1

Cansaço físico e psicológico , falta de tempo para amigos e família, e até para cuidar de si. A dupla – e até tripla – jornada invisível a que as mulheres são submetidas, torna-se muito mais sofrida com a escala 6×1, que traz um recorte de cor, classe e gênero.

Enfermeiras, balconistas de farmácias, empregadas domésticas, copeiras, cozinheiras. A maioria são mulheres e muitas delas são mães. As funções são diversas, mas com uma realidade comum: muitas horas em transportes públicos, baixos salários, poucos benefícios e quase nenhum direito. A jornada de trabalho do lar também soma-se ao desgaste emocional e físico, não sobrando tempo para que as mulheres possam cuidar da própria saúde, por exemplo.

De acordo com matéria do G1,  83% das mulheres afirmaram que vivenciam a dupla jornada de trabalho, com a realização de atividades domésticas e serviços de cuidado com crianças e familiares idosos. Desse total, 45% dizem não contar com uma rede de apoio ou com a ajuda de parceiros.

Recentemente, o IBGE divulgou que, em 12 anos, houve ampliação no número de residências que têm a mulher como principal mantenedora. De acordo com o Instituto, em 2022, das 72,5 milhões de unidades domésticas do Brasil, 49,1% tinham responsáveis do sexo feminino. 

Isso evidencia que há uma sobrecarga descomunal sob as brasileiras, que, ao mesmo tempo que conquistam a independência financeira, são colocadas sob horas de trabalho extenuantes. A defesa da pauta da redução da escala 6×1 representa uma defesa do direito de mulheres e homens a terem dignidade na vida. Por isso, o campo da extrema direita se mostra completamente contrário à proposta. 

Da Redação Elas por Elas, com informações do G1 

Com informações do PT Org

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