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Ao Correio, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Socila, Wellington Dias, falou sobre encontro com líderes do Mercosul para tratar da fome

O combate à fome e à pobreza no Brasil e na América Latina retornaram ao foco das discussões. Na última semana, líderes da América do Sul se reuniram em Brasília para a 42ª Reunião com autoridades de Desenvolvimento Social do Mercosul. Hoje e amanhã, a temática será debatida em evento promovido pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO — sigla em inglês). Na pauta, a alimentação escolar na América Latina e no Caribe.

Em entrevista exclusiva ao Correio, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, destacou a importância dos encontros e das discussões sobre o combate à fome.

O ministro revelou seu otimismo na redução da curva de crescimento das pessoas em situação de vulnerabilidade alimentar e afirmou que a distribuição de renda é fundamental para solucionar o problema no país. “O Brasil está bem na produção de alimentos. Agora, o que a gente tem que trabalhar é o acesso. A transferência de renda é um elemento importante”, destacou.

Confira os principais trechos da entrevista.

Na última semana, o senhor participou de encontros sobre a alimentação no Brasil e na América Latina. A partir de hoje, a pauta será abordada com a FAO. O que se espera desses encontros?

O objetivo é trabalhar a política de cuidados e também uma posição firme em relação ao combate à fome e a redução da pobreza na América Latina e no Caribe. Já com a FAO, houve uma proposta de troca de experiências entre áreas técnicas. O Brasil tem vários centros de pesquisa, como o IBGE, o IPEA, e o PNADE, e é interessante para a gente compreender qual é a fórmula utilizada pela FAO para produzir o Mapa da Fome e chegar na decisão sobre quem fica e quem sai dele. Além disso, a FAO pôde compreender um pouco mais a experiência brasileira que trabalha, por exemplo, a Pesquisa do Orçamento Familiar, a POF, que agora vai retomar.

Segundo dados do governo, a fome hoje é maior do que a existente quando o programa Bolsa Família começou. O que está sendo pensado em conjunto com a FAO para conter o problema?

Eu estou otimista. Acho que em 2024, quando a FAO for divulgar o Mapa da Fome no mundo, certamente vamos perceber que o Brasil vem, desde 2019, em uma tendência de crescimento da fome ano a ano — a gente chegou a 4,7% em 2022. Estávamos em torno de 1,7%. Agora, temos a condição de, em 2023, inverter a curva, sair da escalada de crescimento (da fome) e ir para uma curva de decrescimento. É essa agenda que a gente fez com a FAO.

E qual a avaliação da FAO sobre o assunto?

O Brasil está bem na produção de alimentos. Agora, o que a gente tem que trabalhar é o acesso. A transferência de renda é um elemento importante para que seja possível comprar alimento no lugar onde se vive. Aqui também tem a responsabilidade de garantir que os dados estejam atualizados.

Por que os dados são importantes?

Porque ainda estamos com dados de 2017. O próprio governo terá que apoiar fortemente o IBGE, o IPEA, e as entidades de pesquisa para que possamos ter as condições de fazer relatórios mais atualizados, já para 2024. E, a partir daí, a garantia de recursos, todos os anos, para esses estudos. Os resultados são referência para o Ministério do Desenvolvimento Social e também para as áreas da saúde, economia e emprego. Nós estamos retomando uma sistemática na qual as áreas do governo interessadas na pauta vão garantir as condições de orçamento e de recursos para bancar estas pesquisas.

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