“Nós criamos mecanismos para que nada ficasse debaixo do tapete”, declarou, em sabatina da CNN Brasil
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a reconhecer nesta segunda-feira, 12, que houve corrupção na Petrobras ao longo de seus governos. O petista, no entanto, reiterou a tese de que os desvios só foram apurados porque, à época, sua gestão criou estruturas de investigação e não protegeu ninguém – o que também seria feito em eventual novo governo, garantiu o ex-presidente. “Nós criamos mecanismos para que nada ficasse debaixo do tapete”, declarou, em sabatina da CNN Brasil. “Só haverá possibilidade de não ser investigado se não cometer ilícito.”
Lula afirmou que não há espaço para praticar corrupção no Brasil e reiterou críticas à Operação Lava Jato, que o levou à prisão e o tirou das eleições de 2018. Em 2021, o Supremo Tribunal Federal (STF) anulou todos os processos do petista por erros de origem e considerou Sérgio Moro (União Brasil), então juiz da operação, posteriormente ministro da Justiça de Jair Bolsonaro e hoje candidato ao Senado pelo Paraná como um magistrado parcial.
“O processo de investigação poderia ter sido mais sério se juiz não fosse o pilantra que foi”, disparou o petista, que jogou a culpa dos casos de corrupção em seus governos em quem “meteu os pés pelas mãos”. “A Lava Jato causou 4 milhões de postos de trabalho fechados e destruiu o setor de engenharia, de óleo e gás”, disse o candidato.
Por orientação de auxiliares de campanha, Lula ainda retomou na sabatina a ideia de colar o tema da corrupção no presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL), seu maior rival na disputa. Ele citou as suspeitas de corrupção no Ministério da Saúde durante a compra de vacinas contra a covid-19 e a aquisição de 51 imóveis em moeda corrente pela família do chefe do Executivo, conforme revelado pelo UOL.
Estadão Conteúdo
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