‘As mulheres e as meninas sofrem desproporcionalmente as violações em períodos de crise climática’, disse a ministra
A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, e as secretárias nacionais de Enfrentamento à Violência contra Mulheres, Denise Motta Dau, e de Autonomia Econômica e Política de Cuidados, Rosane Silva, alertaram neste domingo (12), no Rio Grande do Sul, para a urgência da implementação de um protocolo de emergência para crises climáticas. As dirigentes destacaram que, nesta proposta, é necessária uma atenção especial às necessidades das mulheres. De acordo com a Defesa Civil do RS, mais de 2 milhões de pessoas foram atingidas por conta das enchentes. As estatísticas mostraram 143 mortes e mais de 618 mil pessoas fora de suas casas. Pelo menos 446 das 497 cidades gaúchas tiveram problemas por causa das chuvas.
“Sabemos que as mulheres e as meninas sofrem desproporcionalmente as violências e violações em períodos de crise climática”, afirmou Cida Gonçalves em reunião com o governador Eduardo Leite, na capital gaúcha, Porto Alegre.
O protocolo de emergência com perspectiva de gênero também foi pauta na reunião da ministra das Mulheres com cerca de 20 representantes de órgãos públicos e de movimentos sociais, em Porto Alegre. Na ocasião, houve um diálogo sobre as propostas para o texto do protocolo, o qual deverá trazer diretrizes e linhas de atuação que incluam, para além da garantia da segurança das mulheres em meio a desastres climáticos, aspectos como a recomposição da renda e da autonomia econômica das mulheres no processo de reconstrução do Rio Grande do Sul.
A ministra parabenizou e agradeceu o empenho de todas as mulheres que estão atuando na linha de frente da mitigação da situação de calamidade pública no estado. “Além de prestarem socorro, vocês estão pensando nas saídas, nas políticas de reconstrução”, destacou Cida Gonçalves, complementando que o Rio Grande do Sul será modelo de enfrentamento a tragédias neste país e, possivelmente, a nível internacional.
Participaram da reunião representantes das secretarias de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos; da Segurança Pública; de Desenvolvimento Social; e de Saúde; Defensoria Pública; do Ministério Público; Tribunal de Justiça; Conselho Estadual dos Direitos das Mulheres; Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Porto Alegre; Conselho Estadual dos Direitos Humanos, Conselho Tutelar de Porto Alegre; Levante Feminista contra o Feminicídio; Comissão da Mulher Advogada; CRAm de Porto Algre; Centro de Referência Estadual da Mulher Vânia Araújo Machado; e do Fórum Estadual da Mulher do Rio Grande do Sul.
Outras ações
Desde sábado (12), o Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher – está com um fluxo específico para receber denúncias de violência contra mulheres no Rio Grande do Sul, que serão encaminhadas ao Centro de Combate à Violência Doméstica do Ministério Público do estado.
O serviço também fornece informações sobre abrigos exclusivos para mulheres e crianças – criados após relatos de abusos feitos ao Ministério das Mulheres em reunião online com a ministra Cida Gonçalves na última terça-feira (7). As informações serão atualizadas de forma permanente com a equipe de atendimento. Na ligação pelo telefone, a opção para falar sobre o Rio Grande do Sul é a tecla 7.
Com informações do Brasil 247
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