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A CNN Chile soltou uma matéria na última sexta-feira (15) declarando que todas as pistas da morte de Marielle Franco, ex-vereadora do Rio de Janeiro, apontam para o presidente Jair Bolsonaro. Entretanto, até o fechamento desta reportagem, a emissora chilena atualizou o título, empregando um “que” no meio da frase. Agora, quem acessa o link enxerga a seguinte manchete: “Todas as pistas que levam a Bolsonaro: Justiça brasileira ainda não esclarece quem mandou matar Marielle Franco“.

Marielle foi assassinada junto a seu motorista, Anderson Gomes, no dia 14 de março de 2018, em uma emboscada no bairro Estácio, na Região Central do Rio, depois de ter participado de um evento na Lapa.

Desde então, as perguntas “quem mandou matar Marielle” e “quem matou Marielle” se tornaram cada vez mais populares. Só no dia 12 deste mês que dois suspeitos foram detidos. O ex-PM Élcio Vieira de Queiroz e o policial reformado Ronnie Lessa foram os acusados pela morte da vereadora.

Depois disso, na terça-feira passada, Jair Bolsonaro declarou que esperava que a investigação tivesse chegado ao fato de quem foram os executores e quem mandou matar a carioca. Ele ainda revelou ter conhecido Marielle após sua morte. “Eu conheci a Marielle depois de que ela foi assassinada, não conhecia ela apesar de ela ser vereadora lá com o meu filho no Rio de Janeiro”, disse ele na época.

e antes da atualização. “Todas as pistas levam a Bolsonaro: Justiça brasileira ainda não esclarece quem mandou matar Marielle Franco”

Manchete publicada na CNN Chile antes da atualização. “Todas as pistas levam a Bolsonaro: Justiça brasileira ainda não esclarece quem mandou matar Marielle Franco”

A reportagem lista cinco itens que aproximam Bolsonaro do crime.

O primeiro seria que um dos suspeitos presos, Ronnie Lessa, ex-policial acusado de disparar os tiros das execuções, vivia no mesmo condomínio de Jair. Além disso, a CNN Chile ainda completa que o QG da campanha presidencial de Bolsonaro foi naquele bairro.

Já o segundo tópico afirma que a filha de Lessa teve um relacionamento com o filho de Bolsonaro, Jair Renan, de 20 anos. Entretanto, a matéria alega que os promotores descartaram essa informação por não ser relevante.

O terceiro item lembra que Bolsonaro já posou para uma foto com o ex-policial Élcio Queiroz, quem dirigia o carro que levava os assassinos de Marielle.

O quarto tópico afirma que o chefe da milícia trabalhou para Bolsonaro. De acordo com os chilenos, soube-se que a mãe e esposa de Adriano Magalhães da Nóbrega, ex-capitão da PM e fugitivo desde fevereiro, trabalhavam no gabinete de Flávio Bolsonaro, o filho mais velho de Jair.

Por fim, a CNN discorre sobre o problema das milícias que assombra o Rio de Janeiro e declara que a família Bolsonaro se posicionam a favor delas.

O site define a milícia como “máfias formadas por policiais civis, militares e bombeiros, aposentados e em atividade, que controlam parte dos territórios do oeste do Rio de Janeiro”. Além disso, declara que a imprensa e alguns políticos as classificaram como “grupos de autodefesa”, já que expulsam e matam traficantes para ter o controle nas favelas. Entretanto, ressaltam também que esses grupos operam como um “Estado”, resolvendo situações no transporte, gás, luz, internet e mercado imobiliário.