Na opinião do ex-ministro e ex-deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Ricardo Berzoini, a corrida presidencial já começou e o PT precisa defender a candidatura de Lula a todo custo. Na visão do petista, defender a candidatura do ex-presidente Lula é “restituir a esperança” da população brasileira.
“O Lula tem todo direito de ser candidato, pois ele tem todo carinho do povo brasileiro, e certamente nós vamos lutar para que ele seja candidato, porque nós não podemos abrir mão desse direito, não podemos ficar discutindo plano A, plano B. Temos que lutar para que Lula seja presidente, e assim governar o Brasil”, destacou o ministro.
Berzoini também comentou sobre sua posição em relação ao Poder Judiciário. Em sua opinião, o fato de se tratar do único Poder da República, cujos representantes (ministros) não são eleitos, faz do Judiciário um ambiente que pode cometer uma “série de atropelos” em relação às suas decisões. Como exemplo desses “atropelos”, o ministro cita a Lava-Jato.
“O Executivo é eleito, o Legislativo é eleito, e Judiciário não?!”. Eles [a oposição] acreditam que a prisão vai desgastar o Lula. Já está tudo pronto para condenar o Lula. O povo está observando que não tem base, não tem prova, não tem crime”, diz Berzoini.
O ministro também falou sobre os governos petistas e as ações desenvolvidas nesses governos para aparelhar a Polícia Federal (PF). Segundo Berzoini, a posição do PT, enquanto estava no governo, era de aumentar os investimentos destinados à PF.
“Os governos do PT tinham a cultura de total apoio às investigações da PF. Apoiamos a ampliação da capacidade de investigação, de rastrear dinheiro fruto da lavagem de dinheiro; em nossos governos, a Polícia Federal foi bem equipada, obteve funcionários que foram contratados através de concurso público”, lembra Berzoini.
Porém, todo esse aparato técnico da PF, segundo o ministro, não serviu para produzir provas contra o ex-presidente Lula. Para Berzoini, a condenação do petista no caso do tríplex de Guarujá foi feita sobre a base de ilações, e não de provas concretas.
A respeito do impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, o ministro afirma que foi “golpe”, e que ele teria sido comandado pela também pela oposição.
“Houve um golpe. Um golpe comandando pelo PMDB e pelo PSDB; um golpe comandando pelos banqueiros e latifundiários; um golpe comandado pelo grande capital e empresas transnacionais, para quê? Para fazer a reforma trabalhista – e retirar direitos; fazer uma reforma latifundiária – e retirar direitos; para aprovar a PEC do Teto e limitar os gastos públicos em saúde, educação, e outras áreas; e, principalmente, para beneficiar a educação privada e a saúde privada”, diz.
O resultado dessa conjuntura seria, de acordo com Ricardo Berzoini, a construção da figura política de Jair Bolsonaro. “Agora eles precisam resolver o ‘problema Bolsonaro’, para depois resolver o ‘problema do Lula’”, lembra o petista.
Sobre a possibilidade de se candidatar ao governo do Distrito Federal, Berzoini diz que o PT-DF já possui um “bom quadro” político, mas que se for convidado pelo partido, irá “pensar com calma”.