Sem Padilha, Lula conduz negociações da reforma ministerial diretamente com Hugo Motta e Davi Alcolumbre
247 – O presidente Lula (PT) se reuniu na noite de quarta-feira (12) com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), na Granja do Torto, segundo Lauro Jardim, do jornal O Globo. A reunião, realizada fora da agenda oficial, se dividiu em duas partes distintas e sinalizou um esvaziamento do ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), no processo de negociação.
Na primeira parte do encontro, também participaram o ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT). O foco foi o impasse das emendas parlamentares e a tramitação de pautas prioritárias para o governo no Congresso. Já na segunda etapa, a discussão passou a ser diretamente sobre a reforma ministerial, com a presença apenas de Lula, Alcolumbre e Motta, evidenciando que o presidente quer conduzir as mudanças diretamente com figuras de peso no Legislativo.Play Video
O esvaziamento de Padilha é um dos desdobramentos mais evidentes do atual cenário, segundo relato do jornal O Globo. Como ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), ele deveria ser o principal articulador político do governo junto ao Congresso, mas, diante de resistências e do risco de perder o cargo, tem tido dificuldades para liderar as negociações. Integrantes do governo avaliam que a permanência de Padilha é incerta e que ele pode ser deslocado para o Ministério da Saúde, cargo que ocupou entre 2011 e 2014, no governo Dilma Rousseff (PT).
Líderes do Centrão, especialmente aliados de Hugo Motta, reforçam que o novo presidente da Câmara foi designado para tratar diretamente da reforma ministerial com Lula, evitando a mediação de Padilha. No Senado, interlocutores de Alcolumbre afirmam que, independente da fragilidade do atual ministro, o presidente do Senado teria um papel chave na definição das trocas ministeriais.
Internamente, petistas também demonstram insatisfação com Padilha. Líderes da legenda acreditam que os principais acordos no Congresso têm sido conduzidos por outros articuladores, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o senador Jaques Wagner (PT-BA) e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). A leitura é que Padilha perdeu espaço e que sua manutenção no cargo poderia prejudicar a relação do governo com o Legislativo.
A pressão sobre a reforma ministerial aumentou depois que Lula decidiu manter Alexandre Silveira (PSD) no Ministério de Minas e Energia, frustrando as expectativas de Alcolumbre, que esperava ocupar a pasta com algum aliado. O presidente também tem evitado ceder a pressões por mudanças no Ministério da Agricultura, mantendo Carlos Fávaro (PSD) no cargo, o que demonstra que a reforma será pontual e conduzida com cautela.
Com a agenda ministerial se tornando prioridade, Lula continuará as conversas nos próximos dias. Nesta manhã, Alcolumbre embarca com o presidente no avião presidencial rumo ao Amapá, onde devem ter uma nova rodada de discussões sobre a reforma ministerial. No horizonte do governo, a expectativa é que os primeiros movimentos concretos ocorram antes do carnaval.
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