
Tão logo viralizou a notícia da execução de dois assentados do MST, em Tremembé (SP), a fina flor das redes sociais passou a celebrá-la, lamentando que foram poucos corpos e incitando mais mortes. Isso lembra que as plataformas, que já eram terreno fértil para o ódio, serão bastante adubadas com o anúncio de que Mark Zuckerberg seguirá a trilha aberta por Elon Musk.
Ler ou ouvir a sigla “MST” dispara um gatilho em extremistas que passam a repetir o pacote que lhes foi incutido sobre movimentos sociais, chamando-os de terroristas, assassinos e bandidos. Poucos tiveram interesse real de conhecer a história da concentração de terra no Brasil, quem produz de fato alimentos para as mesas dos brasileiros ou a importância da reforma agrária.
Menos pessoas ainda ainda se interessaram em saber mais sobre o que aconteceu no assentamento Olga Benário (onde 45 famílias estão instaladas há mais de 20 anos e de forma regular) e sobre a luta delas para proteger os lotes distribuídos pela reforma agrária para o uso das famílias. Ao ouvir que se tratava do MST, relincharam que os óbitos eram mais que justificados e ponto.
Não vou dar palco para usuário criminoso de redes sociais citando o nome ou pseudônimo. Mas quem tiver curiosidade é só destampar o esgoto. Não está na deep web, mas a olhos vistos, em publicações nas plataformas de Zuckerberg e de Musk.

Pode-se criticar a linha de ação adotada pelo MST ou por movimentos ligados à terra sem descambar para a incitação ou apologia de assassinatos. Da mesma forma que é possível repudiar declarações de Jair Bolsonaro sem apoiar o abominável atentado que sofreu em setembro de 2018.
Esse comportamento faz parte de um projeto de sociedade miliciana, onde a Justiça é trocada pelo justiçamento. Na qual a mediação dos conflitos naturais em toda a sociedade, que deveria ficar a cargo de instituições, é atacada em nome da possibilidade de grupos armados resolverem da forma como melhor entenderem os seus problemas.
Essa sociedade miliciana invadiu as sedes dos Três Poderes, em Brasília, em uma tentativa tosca e violenta de golpe de Estado porque as instituições foram contra o que decretou o seu líder supremo. Não queriam Justiça para o que achavam correto, queriam justiçamento, reequilibrando o universo com a força de suas próprias mãos.
Os agricultores mortos estão sendo chamados na rede de “terroristas” por esses extremistas – que, ao mesmo tempo, chamam os participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, que tocaram o terror na capital federal, de mártires.
A disputa de significados é feita hoje, em grande parte, no ambiente digital. E as plataformas de redes sociais têm privilegiado um lado.
O cavalo de pau na moderação de conteúdo anunciado pelo dono da Meta vai baixar o sarrafo daquilo que era considerado como discurso de ódio, alinhando-se com o governo Trump e, principalmente, baixando os custos da empresa.

Se já nos deparávamos com incitação à violência contra grupos historicamente marginalizados, imagina só como vai ficar agora. Postagens que incitam a violência vão aumentar em frequência e com elas o transbordamento do que é on-line para o mundo offline. Nunca a construção de garantias para a dignidade humana foi tão importante. E, ao mesmo tempo, tão difícil de acontecer.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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