Em vídeo postado nas redes sociais, o desocupado Ministro da Educação – republicado pelo ocioso presidente da República – diz que concursos públicos “já seleciona(m) pessoas com viés de esquerda” .
Não se sabe em que estudo sociológico se baseia o senhor Weintraub para fazer esta afirmação, muito menos que alternativa ele sugere aos concursos para preencher os cargos públicos – quem sabe uma indicação do Olavo de Carvalho, por exemplo?
Há inúmeras e honrosas exceções, mas não é isso que se observa nas gerações de “concurseiros” com que todos nós convivemos.
E que são os funcionários públicos de hoje, quase todos, pois há 31 anos, desde a constituição – só assim se entra no serviço público efetivo.
Foram, aliás, os governos ditos “esquerdistas” que deram moralidade e organicidade ao serviço público, desde o DASP de Getúlio Vargas.
Na maioria das vezes, o que se observa são pessoas, premidas pela insegurança e precariedade do trabalho – quando se consegue um – fazendo concursos como forma de terem um pequeno mundo de segurança.
O problema é mais sério nas chamadas “carreiras típicas de Estado”, geralmente as jurídicas e econômicas.
E não é o de “serem e esquerda”, mas o de se acostumarem a um padrão de remuneração e de autoridade que, não raro, as desconecta da vida da população e as aproxima, ideologicamente, do mundo das elites – ou de subelites, porque sua remunerações, ainda que fartas, não são nada perto da elite real.
Mas esta é outra questão.
A crítica do ministro, endossada pelo presidente, é outra, diferente e pior.
É a ótica do medíocre, do incapaz, do que só ascende pelo compadrio no fanatismo, pela adulação, pela subserviência, pela “sacada” sabuja.
Como a desta camada que ascendeu na estupidez destes tempos e que elevou à ponte de comando do país coisas como o próprio ministro.
E, sim, se há falha no serviço público exercido via concurso, ela é a de não nos ter dado um funcionalismo que, diante de um ministro e de um presidente que o acusam, não tenha a reação digna de parar até que se retratem por tentarem reduzir a uma “peixada” ideológica o seu profissionalismo.
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