Marco Rubio, senador da Flórida, considerado favorito para liderar o Departamento de Estado no governo de Donald Trump, já fez duras críticas ao presidente Lula (PT), atacou o STF e reiterou uma narrativa de censura comum entre apoiadores de Bolsonaro.
Rubio também elogiou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e defendeu que, em seu primeiro mandato, Trump estreitasse os laços com o Brasil, conforme informações do colunista Jamil Chade, do UOL.
Segundo o jornal The New York Times, Trump deve anunciar Rubio como chefe de sua diplomacia nesta semana, sinalizando uma radicalização em comparação ao seu primeiro mandato em 2016. Rubio, neto de imigrantes cubanos, é conhecido por suas posturas duras contra Cuba e o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela.
Nos últimos meses, Rubio tem dirigido suas críticas também ao governo Lula. Após a decisão do STF de suspender o X, de Elon Musk, o senador emitiu um comunicado pedindo que o Brasil “retifique” sua postura. “Há algum tempo, tenho ouvido falar da campanha de censura governamental em andamento no Brasil”, escreveu ele.
“A recente decisão de proibir o X é a mais recente manobra do juiz Alexandre de Moraes para minar as liberdades básicas”, criticou o senador.
Rubio prosseguiu: “Desde multar indivíduos e entidades privadas que buscam informações sobre o X até impor censura legal, o povo brasileiro está enfrentando sérias repressões pelo simples fato de se envolver em uma plataforma de mídia social. Para o bem das liberdades básicas e de nosso relacionamento bilateral, o Brasil deve retificar essa medida autoritária”.Play Video
Rubio levantou preocupações sobre a liberdade de expressão no Brasil, afirmando que “o banimento do X no Brasil, sob a administração Lula, levanta sérias preocupações sobre a liberdade de expressão e o alcance do Judiciário”.
Em maio de 2023, Rubio usou suas redes para criticar a aproximação de Lula com o presidente venezuelano Nicolás Maduro, dizendo que Lula era o “mais recente líder de extrema esquerda” a negar os crimes do regime venezuelano. Já no começo do terceiro mandato de Lula, em 2023, Rubio publicou um artigo apontando a proximidade do presidente brasileiro com a China.
“Quando Lula precisar de grandes quantias de dinheiro e sem fazer perguntas, ele recorrerá à China”, escreveu ele. “Essa é uma má notícia para todos em nossa região… A história dos projetos econômicos da China é uma história em que Pequim mantém governos estrangeiros como reféns por meio de uma diplomacia de armadilha de dívidas”.
Rubio acrescentou que “a abertura de Lula para Pequim revela o fracasso dos esforços de financiamento internacional dos Estados Unidos”.
Ele também defendeu que o presidente Biden deveria “adotar uma linha firme com o novo presidente do Brasil, responsabilizando Lula por sua simpatia pelo Partido Comunista Chinês, bem como por outras ditaduras sangrentas, como as de Cuba, Nicarágua e Venezuela”.
Apoio a Bolsonaro
Desde 2019, Rubio escreveu textos defendendo que Trump se aproximasse de Bolsonaro, argumentando que o então presidente brasileiro iniciava “uma nova era na política brasileira que marca um afastamento dos governos esquerdistas e antiamericanos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff”.
Rubio explicou que “os governos esquerdistas anteriores prejudicaram a estabilidade econômica e política do Brasil”, enquanto Bolsonaro representava uma oportunidade para fortalecer uma aliança estratégica com os EUA, trazendo benefícios para o povo brasileiro.
Para Rubio, “para a paz e estabilidade regional, é crucial que os Estados Unidos aproveitem essa oportunidade histórica de estreitar laços com o Brasil, uma das nações mais populosas do Hemisfério Ocidental”.
Ele acredita que um Brasil mais “alinhado aos EUA” poderia funcionar como “multiplicador de forças” na América Latina, ajudando a enfrentar a crise venezuelana e a combater “as influências de regimes autoritários como China, Rússia e Irã”.
Rubio também sugeriu que Trump firmasse acordos com Bolsonaro para reforçar a cooperação em defesa e inteligência entre os dois países, aumentar o comércio, expandir o acesso dos EUA à indústria espacial brasileira e apoiar a entrada do Brasil na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Em 2020, Rubio e Bolsonaro se encontraram para discutir temas como a entrada da chinesa Huawei no Brasil, enquanto o país avaliava a infraestrutura para a rede 5G.
Durante o encontro, Rubio destacou que a presença da Huawei poderia impedir um acordo de cooperação entre Brasil e EUA nas áreas de defesa e inteligência. Ele também defendeu que o Brasil firmasse um acordo de comércio com os EUA, ingressasse na OCDE e se tornasse parceiro global da OTAN. Ainda em 2019, o senador escreveu uma carta a Trump em apoio ao ingresso do Brasil na OCDE.
Com informações do Diário do Centro do Mundo
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