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“Os EUA estão garantindo intervenções militares contra governos populares eleitos democraticamente”, disse nesta terça-feira (12) o presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, sobre a postura dos EUA frente ao golpe na Bolívia

247 – O presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, criticou nesta terça-feira (12) a declaração de apoio do governo dos Estados Unidos sobre o golpe na Bolívia, que levou à deposição do presidente reeleito Evo Morales.

“Na minha opinião, os Estados Unidos regrediram décadas. Eles voltaram aos maus tempos dos anos 70”, disse Fernández. “Os EUA estão garantindo intervenções militares contra governos populares eleitos democraticamente”, acrescentou.

O presidente dos EUA, Donald Trump, classificou o golpe na Bolívia como algo bom para a democracia.

Com Evo a caminho do México, Exército ocupa as ruas e faz toque de recolher “informal” na Bolívia



12/11/2019 – 00h19

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Da Redação

Correndo o risco de ser capturado pela tropa de elite encarregada de combater o narcotráfico, financiada e treinada pela DEA, a polícia antidrogas dos Estados Unidos, o presidente Evo Morales deixou a Bolívia ontem à noite e seguiu para o México.

As ruas foram ocupadas pelo Exército, a pedido da segunda vice-presidenta do Senado, que se auto-intitulou ocupante do cargo vago por Evo, apesar disso não estar previsto na Constituição.

Helicópteros, blindados e homens fortemente armados passaram a patrulhar bairros de La Paz e Cochabamba, colocando em prática um toque de recolher informal.

No vácuo do poder, o Exército — que “recomendou” a Evo Morales renunciar — agora impõe a nova ordem ditada por dois líderes de oposição não eleitos, Carlos Mesa e Luis Fernando Camacho.

Na prática, eles mandam e o Exército obedece.

É o golpe, que a mídia brasileira naturalizou. Num formato do século 21, “informal”, com o uso da força quando necessário para impor a vontade de perdedores na eleição presidencial.

Um prelúdio do que pode acontecer no Brasil?

Nesta terça-feira, a vice-presidenta do Senado deverá indicar um presidente provisório para promover novas eleições, sob alguma fórmula que deve impedir o Movimento ao Socialismo (MAS)  de concorrer.

O partido de Evo Morales tem mais de 2/3 das cadeiras das duas casas parlamentares do país, mas foi atropelado por milicianos armados.

Os milicianos fizeram ataques organizados a uma prefeita e dois governadores do MAS, além de incendiar a casa de uma irmão do presidente da República.

Evo teve mais de 45% dos votos nas eleições presidenciais mais recentes, que o Exército agora trata de suprimir.

Rússia, China e México denunciaram o golpe como golpe.

A Organização dos Estados Unidos (OEA), acusada pela Venezuela de promover a derrubada de Evo junto com a Casa Branca, ajuda a formalizar o novo governo da Bolívia, ao gosto dos golpistas de Santa Cruz.

Os indígenas quíchua, aymara e guarani, que representam 55% da população da Bolívia, prometeram reagir.

Agora, terão pela frente o Exército.

A polícia foi expulsa de Los Altos depois de matar dois homens e ferir uma menina de 9 anos de idade, à bala.

O governo provisório da Bolívia deverá ser rapidamente reconhecido pelos promotores do golpe, dentre os quais o Brasil e os Estados Unidos.

O vídeo abaixo registra como nenhum outro o avanço institucional do fascismo.

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