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O modelo de reforma previdenciária planejada pelo reacionário presidente eleito Jair Bolsonaro e seu economista ultra neoliberal Paulo Guedes, vai abrir as portas para gestores da iniciativa privada. A proposta é que bancos, seguradoras e fundos coloquem a mão no bolso do trabalhador.

A ideia do reacionário projeto que está sendo arquitetado com Paulo Guedes em um superministério repleto de poderes é transformar a previdência em fundos de capitalização que prevê a permissão para gestores da iniciativa privada administrem a poupança individual de aposentadoria dos trabalhadores.

Bancos, seguradoras e até fundos de pensão de estatais, como Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil), poderão se credenciar para interferir nos recursos depositados pelos trabalhadores.

Como apontamos em artigo do semanário desta semana: “Hoje, o nosso modelo de previdência é de repartição, ou seja, os trabalhadores que contribuem atualmente pagam pela previdência dos aposentados. No modelo de capitalização, cada trabalhador juntaria o seu próprio fundo, e este seria gerido por bancos, ou administradoras de fundos de pensão, que aplicam o dinheiro no mercado financeiro, abrindo assim mais um mercado de atuação dos bancos pela via do estado.”

Ainda de acordo com artigo de Daphnae, a implementação deste modelo de capitalização no Chile significou que, em nome dos lucros seis empresas que participam deste novo mercado cobram taxas de administração de cerca de 25% do total da aposentadoria do trabalhador. O resultado disso é que cerca de 90% dos trabalhadores chilenos recebem apenas 60% do salário mínimo chileno. Essa situação chegou ao extremo em que cerca de 15% da população idosa se suicidou.

Os planos do futuro presidente e de Paulo Guedes se clarificam a cada dia mais: governar para garantir os lucros e privilégio de poucos às custas da carestia de vida dos trabalhadores. Tudo isso com a desculpa de tentar recuperar um déficit de 258 bilhões de reais na previdência social brasileira e que, para cobri-lo, o governo tem que retirar a previdência como parte de seu orçamento. Mas vale lembrar que, neste mesmo cenário de crise e de rombo nas contas públicas, o Senado aprovou, na semana passada, um aumento de 16% nos salários do STF e PGR que chegarão a quase 40 mil reais por mais, isso sem contar todos os auxílios previstos para esses.

A reforma da previdência é um dos mais profundos planos de ataques do novo governo de Bolsonaro, que tem Paulo Guedes a frente de arquitetar um plano de previdência privada que financie bancos e empresas aos moldes da previdência privada no Chile, ao qual o próprio Paulo Guedes é ligado.

Não podemos aceitar esse roubo gritante dos nossos direitos: as centrais sindicais como a CUT e a CTB e as entidades estudantis como a UNE e a CNTE precisam urgentemente organizar comitês de luta em cada local de trabalho de estudo para que, organizados, possamos impor o fim deste projeto neoliberal e reacionário que quer despejar a crise sobre as costas dos trabalhadores.

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