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A forte tempestade que atingiu a região metropolitana de São Paulo na noite de sexta-feira (11), causou destruição, apagões de pelo menos 12 horas e uma morte. A cidade entrou em estado de atenção para alagamentos às 19h30, que terminou às 21h. O Corpo de Bombeiros atendeu a 14 ocorrências de quedas de árvores e dois desabamentos na capital.

Uma das tragédias aconteceu no bairro Campo Limpo, na zona sul, onde uma árvore caiu sobre uma feira e vitimou duas pessoas. Uma delas morreu no local, segundo o Samu, e a outra foi levada ao hospital em estado grave. Morador da região, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), candidato à Prefeitura, criticou o atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), pela falta de manutenção e podas nas árvores.

Na região central da capital, casas e estabelecimentos em bairros como Liberdade continuam sem o fornecimento de eletricidade após mais de 12 horas do apagão. A Vila Romana e Pompéia, na Zona Oeste, também estão sem luz desde sexta.

Na zona sul, no bairro Jardim São Luís, o telhado de uma casa desabou, mas, felizmente, ninguém se feriu. Em Bauru, no interior de São Paulo, outras três pessoas e um cachorro morreram após um muro desabar devido à força dos ventos e da chuva. O incidente aconteceu por volta das 18h no bairro Samambaia, de acordo com a Defesa Civil.

Na cidade de Cotia, duas pessoas foram socorridas em estado grave após um desabamento, enquanto uma terceira vítima sofreu apenas escoriações. O centro da cidade de Oscar Bressani também foi atingido, com residências destelhadas e quedas de árvores que afetaram o fornecimento de energia.

Os ventos mais intensos em São Paulo foram registrados na estação meteorológica da Lapa/Vila Leopoldina, com rajadas de 87,3 km/h. Em outros pontos da cidade, como o Aeroporto de Congonhas, os ventos chegaram a 78 km/h, e em bairros como Campo Limpo e Santana, a ventania também foi forte. Congonhas chegou a suspender pousos e decolagens entre 19h53 e 20h12, afetando as operações de diversas companhias aéreas.

Em nota, a concessionária Enel informou que parte da sua área de concessão foi impactada pela tempestade, e que técnicos estavam trabalhando para restabelecer o serviço.

Regiões como as zonas oeste e sul da capital, além de municípios da região metropolitana como Carapicuíba, Osasco e Cotia, foram as mais atingidas. O número de imóveis sem luz não foi divulgado, mas moradores de bairros como Vila Mariana e Pinheiros relataram quedas de energia.

O comerciante Leonardo Sores, dono de um bar na Barra Funda, lamentou os prejuízos causados pela falta de energia na sexta-feira à noite, o dia de maior movimento. “Tivemos que fechar o bar, cancelar reservas e frustrar nossos clientes”, afirmou. Outros comerciantes da região também enfrentaram o mesmo problema.

Parte da fachada do shopping SP Market, na zona sul, desabou durante o temporal. Vídeos nas redes sociais mostram pedaços da estrutura sendo levados pelo vento para dentro do centro comercial. Apesar do susto, o shopping continuou funcionando normalmente, após a área atingida ser isolada.

O porteiro Pedro Torres, que trabalha em um edifício na Vila Mascote, também relatou os momentos de tensão durante o vendaval. “Primeiro, o vento quebrou a janela de trás, depois a porta da frente. Parecia um vulto passando”, descreveu. Ele se escondeu no banheiro com medo de que os vidros quebrados o ferissem.

O transporte público também sofreu com os efeitos da tempestade. Na linha 9-Esmeralda da ViaMobilidade, os trens operaram com intervalos maiores devido à falta de energia entre as estações Osasco e Socorro.

Na CPTM, a linha 10-turquesa foi afetada pela queda de uma árvore, que interrompeu parcialmente a circulação de trens entre as estações Mauá e Rio Grande da Serra. A circulação foi normalizada por volta das 21h.

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