Fotos: Reprodução de rede social e Alan Santos/PR
Por Nelice Pompeu
Nessa segunda-feira, 10/07, eu publiquei no Viomundo este artigo sobre a fala criminosa de Eduardo Bolsonaro
Como vocês sabem, no domingo, ele declarou no palanque de um evento pró-armas que aconteceu, em Brasília (DF), que professor é pior do que traficante.
Fiquei muito indignada.
Leciono desde os 17 anos de idade.
Tenho cerca de 33 anos de sala de aula.
Sou professora de educação infantil da rede pública.
Meus alunos têm aproximadamente 5 anos.
— E se alguém influenciado por Eduardo Bolsonaro resolver entrar atirando na minha escola ou na dos seus filhos, netos ou sobrinhos? — me pego pensando desde domingo.
Foi, preocupada, com esta potencial ameaça sobre as cabeças de nós, professores, e de nossas crianças que, ontem, resolvi acionar o Ministério Público Federal (MPF), como contei aqui.
Meu objetivo é que o MPF tome providências contra este discurso de ódio, especialmente no momento em que profissionais da educação e alunos têm sido mortos nas escolas brasileiras.
Infelizmente, as palavras de ódio se tornaram prática de atos criminosos.
Vimos há pouco tempo prisões de integrantes de grupos neonazistas que pretendiam atacar instituições de ensino em vários estados da federação.
Esses trágicos ataques em escolas foram obra de simpatizantes do inelegível. O bolsonarismo mata.
Mas, hoje cedo, uma boa surpresa, como mostra a imagem do documento abaixo.
O MPF aceitou a denúncia que fiz ontem contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro.
E começa a andar em ritmo acelerado.
Ela já foi encaminhada pelo Procurador-Geral da República, Dr. Darlan Airton Dias, para a Assessoria Criminal Extrajudicial.
Desse lamentável episódio, tiro três lições que me estimulam a seguir em frente:
— Os educadores têm de exercer de fato a cidadania e pedir que as instituições e autoridades brasileiras se manifestem e tomem providências para que ataques sejam contidos e novas tragédias evitadas.
— Os educadores não podem se calar. Devem denunciar qualquer ameaça, seja dos adeptos do Escola Sem Partido (que foi considerado ilegal pela justiça) ou de políticos que destilam o ódio em suas plataformas
— Educadores de todo o país se uniram por uma mesma causa: o ataque de Eduardo Bolsonaro. Essa união é fundamental para derrotar o fascismo, promover a cultura de paz e reconstruir o país.
Do chão de uma escola da periferia de São Paulo, espero que a justiça seja feita e que se contenha o clima de perseguição e violência contra educadores brasileiros.
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