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Presidente Lula na abertura da 17ª edição do Bahia Farm Show. Foto: Ricardo Stuckert

Após a oposição do agronegócio, militares e evangélicos sofrida pelo presidente Lula (PT) durante a campanha, ele tem feito articulações e utilizado da máquina pública para avançar nesses setores e esvaziar a força política do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Para isso, o petista faz um movimento junto a negociações de cargos com partidos do centrão para ampliar a base de apoio no Congresso. As informações são da Folha de S.Paulo.

No final de junho, Lula lançou o Plano Safra 2023/2024 com R$ 364,22 bilhões para o financiamento da atividade agropecuária de médio e grandes produtores, com valor recorde. Integrantes do governo acreditam que o total fique entre R$ 420 bilhões e R$ 430 bilhões ao somar também os valores para agricultura familiar.

Em meio ao esforço para equilibrar as contas públicas e fomentar os cofres da União, o governo Lula também abriu mão de dinheiro para agradar os evangélicos e apoiou na negociação da reforma tributária a ampliação da imunidade tributária das igrejas contra a cobrança de impostos federais, estaduais e municipais (incluindo IPTU).

O presidente ainda avalia nos bastidores se faz outro aceno importante aos evangélicos com a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF) em outubro, na vaga da ministra Rosa Weber. Lula o enviou como representante para a Marcha para Jesus, no início de junho.

Já no caso dos militares, a relação estava ruim desde o final do ano passado e piorou com a invasão no 8 de janeiro, quando bolsonaristas depredaram as sedes dos Três Poderes. Os golpistas estavam reunidos em frente ao quartel de Brasília e também havia mobilizações iguais em outras cidades contra a posse de Lula.

Lula em reunião com cúpulas das Forças Armadas
Lula em reunião com as cúpulas das Forças Armadas. Foto: Ricardo Stuckert

Após os atritos iniciais, Lula afirmou que seu compromisso com as Forças Armadas era de despolitizá-las e buscou restringi-las à atuação institucional. A ação agradou importantes setores da caserna, depois do desgaste com a politização bolsonarista.

O primeiro gesto de Lula às Forças Armadas foi a escolha de José Múcio para o Ministério da Defesa, sendo um nome de fora do PT e sem histórico de militância na esquerda.

Em outro momento, quando demitiu o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Gonçalves Dias, Lula resistiu à pressão de aliados para que acabasse com o órgão da forma como é hoje. Outra demanda era para que, ao menos, o órgão fosse comandado por um militar, o que acabou ocorrendo.

O general Marco Antônio Amaro dos Santos assumiu o posto e ainda ganhou a disputa com a Polícia Federal sobre quem ficaria com o comando da segurança presidencial.