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“Hoje temos um estado que permite que 33 milhões de brasileiros passem fome”, diz o economista

O economista Guilherme Mello, um dos coordenadores do programa de governo da chapa Lula-Alckmin, afirmou, em entrevista ao jornalista Leonardo Attuch, editor da TV 247, que o plano de governo vai refletir a pluralidade da frente política que sustenta o campo progressista. O Brasil precisa de um estado forte para distribuir renda, oferecer um serviço de saúde universal, mas também de coordenar e induzir o desenvolvimento”, disse ele. “Hoje temos um estado que permite que 33 milhões de brasileiros passem fome, permite o avanço da devastação ambiental e o desmonte da educação. Temos hoje um estado que atrapalha o desenvolvimento”, acrescentou.

Na entrevista, o professor da Unicamp afirmou que o papel do estado não será exatamente o mesmo dos governos anteriores do Partido dos Trabalhadores. “O BNDES é fundamental, mas os desafios mudaram. Haverá uma pegada ambiental maior”, disse ele. Mello também falou sobre temas polêmicos, como o teto de gastos. “O governo que diz defender o teto de gastos já burlou esse teto de gastos inúmeras vezes. O teto perdeu completamente a credibilidade. Estamos com o menor nível de investimento em nossa história”, afirma. Economistas liberais estão discutindo mudanças no regime fiscal, assim como países ocidentais.”

Ele lembra ainda que a ex-presidente Dilma Rousseff sofreu o golpe de estado de 2016 porque não aceitou implementar a “ponte para o futuro”, projeto que envolvia a destruição do estado brasileiro. “O problema é que esse projeto fracassou completamente”, diz ele.

Mello afirmou ainda que a atual rentabilidade dos acionistas minoritários da Petrobrás não faz nenhum sentido para a sociedade brasileira e defendeu mudanças nas relações de trabalho. “Precisamos voltar a crescer para o bolo crescer. A Espanha também reviu sua reforma trabalhista. No Brasil, houve achatamento dos salários e queda do rendimento médio. É necessário incluir milhões de trabalhadores precarizados”, disse ele, que também falou sobre a venda da Eletrobrás. “A privatização da Eletrobrás não tem nenhum foco na melhoria do sistema elétrico. Vai aumentar o custo da energia e tirar a coordenação do sistema elétrico. O que está ocorrendo é uma pilhagem.”

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