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Para se eximir da responsabilidade, Bolsonaro encena insatisfação com política de preços dos combustíveis e troca até ministro

Por Rosangela Bruzanelli, em seu blog

Em mais uma crítica rotineira, o presidente da República encena sua insatisfação com a política de preços dos combustíveis, como se não fosse o responsável final por ela.

Seus discursos têm alvos bem específicos: terceirizar a responsabilidade que é sua, agradar sua fiel claquete e eleitorado e, de lambuja, jogar a população contra a Petrobrás.

Após recente troca do presidente da empresa, hoje acordamos como um novo ministro das Minas e Energia, que teria sido substituído, segundo a imprensa, por fazer críticas à política de preços da Petrobrás.

Mas a troca de hoje resolverá a escalada de preços dos combustíveis? Já sabemos a resposta.

Mantida a política de desmonte e privatização fatiada da Petrobrás, com destaque para a área de refino, o descontrole e aumento de preços continuarão, como já fartamente alertado por nós, comprovado com a privatização da RLAM na Bahia e recentemente constatado em estudo do TCU (https://epbr.com.br/privatizacao-de-refinarias-pode-encarecer-combustiveis-conclui-tcu/).

Mantida também a política de dolarização do preço dos combustíveis, através do PPI (Preço de Paridade de Importação), que ele, presidente do país e representante da União no controle acionário da Petrobrás, não modifica, continuaremos reféns das instabilidades do setor.

Subsídios, fundos de amortecimento, etc, são, de fato, uma outra forma de transferência de verbas públicas para o setor privado e de garantir seus altíssimos dividendos.

A solução depende da decisão política de abandonar a dolarização do preço do petróleo, gás e derivados, praticando um preço justo para a população, o país, a Petrobrás e ainda remunerar seus acionistas.

É possível? Certamente que sim. Já foi possível até 2016 e isso não quebrou a Petrobrás, diferentemente do que propalam nas mídias. Mas isso é matéria para outra conversa.

A solução é resgatar a Petrobrás para o Brasil e o povo brasileiro, que foi quem a criou e engrandeceu até aqui, superando desafios e obstáculos ao longo de sua brilhante história.

O resto é retórica.

*Rosangela Buzanelli foi reeleita recentemente representante dos trabalhadores no Conselho de Administração da Petrobrás. Formada em Engenharia Geológica e mestre em Sensorismento Remoto pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), ela acaba de completar 35 anos de trabalho na empresa.

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