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Há quarenta e três anos foi semeada a semente do sonho do Partido dos
Trabalhadores, forjado na luta sindical, na luta contra a ditadura civil-militar,
na luta pela redemocratização
do Brasil. Após o golpe de 1964, o partido aglutinou, naquele momento histórico de resistência, os sonhos de muita gente, de
comunistas a socialistas, das diversas matrizes: de marxistas a trotskistas, a
leninistas, a posadistas, a anarquistas,
todos recém
saídos da
clandestinidade, além dos cristãos libertários, da Teologia da Libertação.

O partido já nasceu plural e diverso, unido e dividido
em diversas correntes políticas, inicialmente ideológicas, hoje talvez nem tanto assim. Como uma construção humana coletiva, teve erros sem dúvida, mas teve muito mais acertos, com certeza.

O sentimento de setores da sociedade brasileira com o petismo, com o lulismo não
tem meio termo.  Ou se ama ou se odeia, ou se tolera por algum tempo, até que se tenha a chance de
destruí-lo.

Isso aconteceu nessa última década, desde
que eclodiram
os protestos de junho em 2013, que ao meu juízo,
foi ali que a
democracia brasileira foi sequestrada, quando o fenômeno das redes, as fake-news, os memes, as teorias da conspiração, as manipulações algorítmicas,
foram testadas
no bojo do “macarthismo brasileiro”, conhecido mais como lavagismo.
E setores
da mídia, do judiciário, dos militares, financiados pelos
dono do poder, arrastaram
muita gente boa com a narrativa
do “antipetismo”, o ódio ao PT, e fez emergir a extrema direita bolsonarista.

Não que ela não existia, ela sempre existiu, só estava envergonhada, pois é conhecido o instinto golpista da nossa elite
colonialista, escravocrata que sempre vem à tona, toda vez que ela  se sente ameaçada em seus privilégios. Ela se sentiu ameaçada quando encontrou a empregada doméstica no aeroporto e o filho do porteiro na universidade.

Ela mostrou todo o seu ódio, quando  o messias da morte bradou  Ustra, o torturador, no dia do golpe contra a Dilma, com a complacência dos
“democratas”, que  se calaram e ainda não fizeram a  autocrítica.
Sim, foi golpe.

A aguerrida militância petista,
resistiu ao
extermínio do PT. Eles quiseram nos enterrar, mas esqueceram que somos sementes de sonhos
libertários da fome e de todas formas de  injustiça e desigualdade. Somos sementes teimosas, que teimam, teimam, teimam e nunca desistimos de nos libertar do trauma coletivo de que somos filhos e filhas de uma indígena
violentada, de uma ama preta escravizada.

Nessa celebração de mais um ciclo do Partido dos Trabalhadores, plantamos árvores, pois é Tempo de Plantar consciência, num país injusto, desigual como nosso, onde trabalho escravo ainda persiste, em pleno século vinte um. Nunca, mas nunca, mas nunca mais mesmo será tolerável ser um conservador dessa injustiça, pois nunca haverá paz, sem justiça.

Vida longa
ao Partido
dos Trabalhadores, das Trabalhadoras, o Partido de Todes, o Partido da Terra.

10 de fevereiro 2023.

Paulo César Araújo
Militante do PT | Setorial Indígena |  do Movimento Regenerativo Tempo de Plantar. Um movimento que mobiliza todos os anos as pessoas a viverem uma experiência de plantar e cuidar de uma árvore 🌳

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