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O Sinn Fein, partido político ativo na Irlanda e Irlanda do Norte, quebrou um século de hegemonia da direita nas últimas eleições nacionais.


Sinn Fein, partido político ativo na Irlanda e Irlanda do Norte, quebrou a hegemonia entre centro e direita nas últimas eleições .

Historicamente, o Sinn Fein já chegou a ser o partido majoritário no arquipélago irlandês, anos antes de liderar, junto com o Exército Republicano (IRA), a guerra de independência contra a Inglaterra (1919-1921). Após a trégua e conquista da independência, em 1922, o partido se dividiu. As províncias do norte se mantiveram sob a dependência da Inglaterra. O restante do país passou a ser governado por uma coalizão de outros dois partidos – Fine Gael e Fianna Fáil – que se revezavam no poder.

A margem foi estreita: 24% dos votos, contra aproximadamente 21% de cada um dos dois opositores. Entretanto, para o Sinn Fein, estes votos representam quase o dobro do que obtiveram há 4 anos. Sua vitória é fortemente atribuída a parcelas mais jovens da população, descontentes com a falta de oportunidades de ingresso no mercado de trabalho, e aos setores mais pobres. Apesar de estar apresentando crescimento econômico maior do que outras partes da Europa, a desigualdade no país aumenta, gerando na Irlanda uma crise recorde históricos na superlotação hospitalar e no número de desabrigados, por exemplo.

Questionada sobre a dificuldade de governar, já que nenhum partido tem a maioria do Parlamento, a líder do partido, Mary Lou MacDonald, deixou claro que pretende quebrar o duopólio que governa a Irlanda há um século. Declarou: “Quero um governo para o povo. O ideal seria um governo em que não houvesse Fine Gael ou Fianna Fáil. Irei fazer contato com outros partidos para explorar nossas possibilidades.”

O resultado aumenta as tensões dentro no Reino Unido, já que o Sinn Fein luta, historicamente, pela reunificação da ilha, e fez desta meta sua prioridade na campanha eleitoral. A circulação de pessoas e o comércio entre os dois países, na prática, é bastante livre, e há fortes preocupações de que o Brexit resulte na imposição de fronteiras fechadas entre Irlanda e Irlanda do Norte. Com a vitória do Sinn Fein, ganham força os setores da Irlanda do Norte que querem a unificação com a Irlanda, o que implicaria em sua independência do Reino Unido.

Some-se a estes a parcela dos norte-irlandeses que não querem o Brexit, preferindo se manter dentro da União Europeia, e pode-se imaginar o quanto as atuais eleições preocupam a Inglaterra. O resultado eleitoral mostra a polarização e a instabilidade política nos arredores de um dos principais países imperialistas, importante centro político e financeiro mundial.

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