Queiroz foi o principal eleitor dos Bolsonaros nessas últimas eleições. Não por ter comparecido ao local de votação para depositar o seu voto, o de sua família, os de seus amigos de Rio das Pedras, os do pessoal do Escritório do Crime, etc, etc, etc. Ele deu a maior força às campanhas dos Bolsonaros exatamente por não ter comparecido. Ou melhor, votar, ele aparentemente votou – mas o seu nome ficou mantido fora da mídia no período eleitoral. E por que será? A mídia ficou em dúvida se o seu nome era com “s” ou com “z” e, por isso, preferiu não escrever nada? Será? A resposta, importantíssima para os anais eleitorais do país, somente agora está começa a ser dada.
O Ministério Público do Rio de Janeiro divulgou dados que indicam uma, digamos, desaceleração das investigações sobre a movimentação financeira de Fabrício Queiroz no período eleitoral. Foram cinco os relatórios financeiros que a Promotoria produziu de janeiro a 6 de agosto de 2018. Depois disso, o ex-assessor do agora senador Flávio Bolsonaro foi notificado a depor apenas em 22 de novembro, três semanas após o segundo turno das eleições. Coincidência?
A Folha de hoje, dia 12, informa que “nesse intervalo, não há nenhuma outra movimentação relevante dos promotores formalizada no procedimento, segundo os dados divulgados. A redução no ritmo da investigação no período eleitoral é corroborada ainda por relatório feito pelo promotor Cláudio Calo, no despacho em que se declarou suspeito para investigar Flávio. O procedimento principal, aberto pelos promotores em 30 de julho, acumulava apenas 37 páginas até a eleição do filho do presidente Jair Bolsonaro ao Senado, em outubro. De novembro até a última terça-feira, dia 5, foram produzidas mais de 300, além da inclusão de um pendrive e um DVD de conteúdo ainda desconhecido.”
O procurador-geral de Justiça do Rio, Eduardo Gussem, disse, no início deste ano, que, durante o período eleitoral, o GAOCRIM (Grupo de Atribuição Originária Criminal), responsável pela apuração do caso, tinha como prioridade outras investigações que exigiam prisões. Como assim? As dos Bolsonaros não exigiam prisões? Como assim???!!! O motivo poderia estar nas cinco operações durante período eleitoral com a prisão de três prefeitos, dois presidentes de Câmaras Municipais e outras autoridades do estado — o Gaocrim investiga pessoas com foro especial. O que isso significa? Não havia transporte para todos? Não havia celas disponíveis? Se não é nenhuma dessas respostas, só há uma aceitável – Queiroz e os Bolsonaros exigiam o direito de votar em Rio das Pedras.
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