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Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia. Todos os detidos foram identificados pela PF e vão responder judicialmente

DEMOCRACIA SOB ATAQUE

PF conclui depoimentos de extremistas; mais de mil seguem para cadeia

Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia. Todos os detidos foram identificados pela PF e vão responder judicialmente

 (crédito: Reprodução/PF)

(crédito: Reprodução/PF)

A Polícia Federal terminou de tomar, ontem, o depoimento dos manifestantes extremistas detidos no ginásio da Academia Nacional da corporação, em Brasília. A operação foi finalizada com 1.159 pessoas presas, encaminhadas às penitenciárias do Distrito Federal. Os homens, ao Complexo Penitenciário da Papuda; as mulheres, à Penitenciária Feminina do Distrito Federal — conhecida como Colmeia.

Apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, que depredaram a Praça dos Três Poderes, estavam, desde o domingo, aguardando no local os desdobramentos da determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ao todo, 1.843 pessoas foram conduzidas pela Polícia Militar do Distrito Federal para a Academia. Todos os detidos foram identificados pela PF e vão responder, na medida de suas responsabilidades, por crimes de terrorismo, associação criminosa, atentado contra o Estado democrático de direito, golpe de Estado, perseguição, incitação ao crime, entre outros.

A PF informou, ainda, que as equipes médicas estiveram disponíveis durante todo o período, tendo sido realizados 433 atendimentos. Desses, 33 pacientes foram levados para unidades de saúde.

A equipe contou com médicos, enfermeiros e especialistas em saúde mental. Os procedimentos foram acompanhados, ininterruptamente, por Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Corpo de Bombeiros, Secretaria de Saúde do DF, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e Defensoria Pública da União (DPU). A PF assegurou que, ao longo dos dias, os detidos tivessem amplo acesso a advogados e defensores públicos.

Essas ações se somam a outras 209 prisões efetuadas no domingo, pela PMDF e PCDF. A corporação contabilizou 57 horas de trabalho ininterrupto, que mobilizou cerca de 550 policiais federais, “a maior operação de polícia judiciária da história da PF”, diz em nota.

Por questões humanitárias, 684 detidos vão responder às acusações em liberdade. São idosos, pessoas com problemas de saúde, em situação de rua e pais/mães acompanhados de crianças.

Enquanto aguardavam os trâmites judiciais na PF, todos os detidos receberam alimentação regular (café da manhã, almoço, lanche e jantar) e hidratação. Nas redes sociais, porém, os bolsonaristas reclamaram do cardápio. As refeições servidas são as mesmas vendidas por R$ 1 nos restaurantes comunitários. Em um vídeo publicado, é possível ver uma marmita de macarrão e empanados de frango; em outra, macarrão e linguiça.

Além disso, diversas informações falsas de que idosos teriam morrido nas dependências da PF circularam na internet. Todas foram desmentidas. Apesar disso, parlamentares bolsonaristas compareceram ao local para conferir “as condições” dos detidos.

A deputada Bia Kicis (PL-DF) informou que foi impedida, assim como outros parlamentares, de visitar as instalações. Estavam com ela os deputados Coronel Chrisóstomo (PL-AM), Evair de Melo (PP-ES), Domingos Sávio (PL-MG) e Marcelo Álvaro (PL-MG).

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